Plataforma Tripda incentiva o crescimento de caronas pelo País

22 de julho de 2014 - 12h02

POR ISABELLA LESSA
ilessa@grupomm.com.br

Em suas idas e vindas entre Ribeirão Preto e São Paulo, a então estudante de administração Giuliana Reis, de 24 anos, gastava mais tempo e dinheiro do que podia dispor. Então, no ano passado, ao descobrir que alguns amigos também se locomoviam de carro da capital paulista até sua cidade natal, traçou um plano para a criação de uma plataforma para a oferta de caronas na internet.

“Dar e oferecer caronas lá fora é muito comum e aqui no Brasil existe essa cultura de “rachar” a gasolina. O fato de trabalhar em um banco de investimento me ajudou a montar um plano de negócio bem estruturado”, conta. A partir daí surgiu a Tripda, startup cuja premissa é incentivar motoristas a cederem lugar em seus carros para outros passageiros e dividirem o custo da viagem com eles.

A Rocket Internet, grupo alemão que cuida de empresas como Easy Taxi, Groupon/CityDeal e Kanui, aceitou investir no projeto e, atualmente, a empreendedora, que preferiu não revelar o valor do aporte, trabalha com uma equipe de 15 pessoas em um escritório compartilhado com o grupo.

Para utilizar o site do serviço, o usuário precisa se conectar ao Facebook para fornecer informações básicas. Então, a pessoa pode procurar por caronas com base em datas e preço, além de ter a possibilidade de avaliar o serviço com notas e comentários. Para o público feminino, existe um recurso chamado “Só para Elas”, opção que permite o compartilhamento de caronas somente entre motoristas e caroneiras mulheres. Segundo Giuliana, a plataforma já obteve cerca de 80 mil visualizações e possibilitou a oferta de 12 mil viagens of para mais de 2,2 mil rotas diferentes. Além de 40 mil sessões, conta com 5 mil usuários cadastrados.

A Tripda ainda não monetiza, mas está em fase de discussão sobre um possível modelo e em breve deve lançar um app para iOS. “Nossa plataforma se propõe a quebrar paradigmas, então preferimos focar primeiramente em mudar o hábito das pessoas”, diz Giuliana. Além do fator cultural, de estimular o conceito de “pagar para usar, e não para ter”, o serviço segue outros três pilares: econômico (reduzir custos com pedágios, passagens e combustível), ambiental (contribuir com a diminuição de veículos nas ruas) e social (estimular a troca de experiências entre as pessoas).

Por enquanto, Giuliana espera que a comunidade dos adeptos da carona aumente ainda mais e torce para que sua história inspire as pessoas. “Espero que meu projeto sirva como motivação para que outros se interessem pelo empreendedorismo. Se eu fosse de outra época, talvez não tivesse tido essa oportunidade com essa idade”.