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Telcos entram no jogo (gigante) da venda de dados de seus usuários mobile

A estimativa é de que estejamos falando de um negócio de aproximadamente US$ 24 bilhões nos EUA.


27 de outubro de 2015 - 11h02

Não é novidade para ninguém que as companhias telefônicas tem acesso a nossos dados não apenas de cadastro, que nós mesmos lhes fornecemos (com informações sobre tipo de planos e aparelhos que temos, além de nosso perfil sócio-econômico), como também a informações sobre nossa localização. Cruzando essas duas bases, podem não só mapear nossos hábitos de deslocamento e preferênciias físicas de locais de consumo, como produzir insights sobre nosso potencial de compra. Podem produzir até mapas de calor dos nossos movimentos lá dentro do ponto de venda. Podem ainda, adicionalmente, nos acompanhar online quando usamos nosso celular para visitar sites, o que fazemos o tempo todo. Têm ainda informações sobre os aplicativos que possuímos em nossos celulares. Entre otras cositas más.

Vender esses dados sempre pareceu um bom negócio. A nova mina de outro está sendo chamada de Telecom Data as a Service, ou TDaaS. E a estimativa é de que estejamos falando de um bolo de US$ 24 bilhões, nos EUA. Projeções apontam para US$ 79 bilhões em 2020. Guardadas todas as proporções, algo igualmente gigante no Brasil.

As telcos só não haviam entrado até agora nele aparentemente por dois motivos: o risco de serem acusadas de invasoras de privacidade (afrontando assim leis de complaince internacional, que regulam as telcos em todo o mundo) e porque esse não parecia ser um business de primeira linha, na sua lógica de negócios, que privilegia a venda de planos de dados e voz como sua principal fonte de receita.

Esse modelo de negócios criado décadas atrás, quando voz e dados eram escassos, fazia todo o sentido do mundo. Hoje faz cada vez menos.

Há uma série de formas de comunicação que bypassam a infra-estrutura de telefonia tanto de voz quanto de dados e essa fonte de receita está minguando. Os SVAs – Serviços de Valor Agregado parecem ser uma parte da saída para essa queda inevitável de rentabilidade. A outra é a entrada na distribuição de conteúdos, o que já estão fazendo agtravés do triple play, tornando-se players do setor de TV por assinatura. A outra ainda é o da produção de conteúdos, ficha que só vai cair mais adiante, modelo Netflix. Mas a nova bola da vez, a novidade do momento, é mesmo a entrada do setor no âmbito da comercialização dos dados de seus usários. Algo tão polêmico como altamente lucrativo e estratégico.

Como temos destacado aqui em ProXXIma nas últimas semanas, dados é tudo que as empresas andam em busca. Dados qualificados, não qualquer dado. E isso as telcos têm.

O que elas não tem claramente estabelecida ainda é uma política de uso desses dados com explícita anuência minha e sua. Optin.

Grandes operadoras começam a fazer acordo com grandes gestores de big data para tocar o negócio adiante. Estamos falando de Verizon, Sprint e Telefonica fazendo acordo com SAP e IBM. Por exemplo.

Seus clientes comuns são o varejo e a indústria. Eventualmente, as agências de propaganda e trading desks. E a partir daí, faz todo sentido uma adicional integração com DMPs e todo o ecosistema de ad tech gerido pelo programmatic.

Talvez o mais destacado e aparente negócio nesse setor tenha sido a recente aquisição da AOL pela Verizon, que também comprou a rede mobile Millenial Media. Integrar uma telco, com um publisher com infra-estrutrua para captação de dados e relacionamento com grandes anunciantes, adicionando-se aí um layer de uma ad network mobile parece fazer todo o sentido nesse novo ambiente de dados.
 

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