Opinião
Escolha do investidor e modelo de negócios – Quer acelerar?
Se você quer acelerar, escolha bem os seus parceiros, aperte os cintos e voe!
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12 de agosto de 2021 - 8h03
As fases financeiras de uma startup estão vinculadas a diferentes tipos de investidores. As características de cada uma precisam ser levadas em consideração quando se apresenta um projeto de investimento, afinal, cada investidor fica “dentro do seu quadrado”, apostando em estágios de empresas onde a expertise do seu time e o tamanho do fundo possam maximizar o valor da startup. Ou seja, não dá para apresentar um projeto de investimento seed para um fundo que investe em growth, por exemplo. Outro ponto que deve ser observado é que existem fundos especializados em determinadas indústrias, como varejo, tecnologia, biotecnologia etc., enfim, vale analisar os outros investimentos realizados para se ter uma ideia do perfil.
Faça um mapeamento de fundos e entenda o perfil e características de cada um antes de apresentar o seu projeto.
1. Bootstrapping: significa começar um negócio a partir de recursos limitados, geralmente próprios, sem o apoio de investidores. Em geral, os valores não ultrapassam R$ 500 mil.
2. Pré Seed e Seed: chamadas de “capital semente”, com recursos vindos de anjos, aceleradoras ou fundos especializados, e indicam startups em estágio inicial. Os investimentos giram em torno de R$ 500 mil a R$ 2 milhões.
3. Séries A e B (Fundos de Venture Capital e Private Equity): fases oportunas para dimensionar o produto em diferentes mercados. Aqui, em geral, os investimentos são realizados por meio da compra de ações das empresas e são da ordem de dois a dezenas de milhões de reais.
4. Série C em diante: rodadas de aceleração da empresa, vinculadas, muitas vezes, à expansão internacional. Geralmente, antecedem aberturas de IPO e acontecem no momento em que as startups estão se tornando unicórnios, com avaliações acima de US$ 1 bilhão.
Claro que se manter no radar para que os investidores vejam o crescimento da startup também é importante. Então, mesmo quando a startup não estiver “no ponto”, fale com investidores que possam ter uma tese diferente, mas saiba que a primeira linha de corte é essa: o estágio certo da empresa para o investimento.
Depois, tem uma outra pergunta que precisa ser respondida: O investimento vai realmente acelerar a startup? Ou seja, o modelo de negócios viabiliza que, com mais capital, a empresa cresça e multiplique a sua avaliação? Taí o segundo ponto de corte.
Fundos de venture capital entendem que, dentre 30 empresas, apenas 10 irão ter resultados positivos significativos – e são estas 10 empresas que vão justificar todos os 30 investimentos realizados. Então, para um bom resultado, cada investimento precisa ter, na teoria, a capacidade de retornar todo o valor do fundo. Assim, ou a empresa tem a possibilidade de potencializar os seus múltiplos, ou não vale a pena investir. Vale fazer a seguinte reflexão antes de buscar investimento de venture capital: Em uma situação em que a startup cresce 10% ao ano apenas com o seu caixa e recebíveis, existe a possibilidade de, em havendo mais capital disponível, ela crescer 20, 30% ano a ano? Somente se a resposta for sim, a empresa tem o perfil adequado para este tipo de investimento.
Outro ponto importante que precisa ser analisado, agora sob o ponto de vista da própria startup: Será que este investidor tem a expertise e reputação que podem ajudar a tornar a jornada ainda mais rápida e com mais sucesso? Será que a experiência, renome e insights dos seus futuros sócios podem diminuir os erros e, de quebra, ajudar na venda em alguns mercados como, por exemplo, no B2B? Sugiro sempre conversar com as demais investidas, para checar a reputação e qualificação do investidor.
Na prática, cada startup tem diferentes possibilidades de crescimento e o seu time precisa refletir sobre os caminhos e oportunidades o tempo todo.
Vejam duas empresas que, apesar de terem modelos distintos, tiveram uma oportunidade de negócios, com escala exponencial no mercado financeiro, difícil e oligopolizado, e souberam encontrar o caminho para o crescimento de maneira diferente em termos de investimento: a XP e o Nubank.
A XP começou com um capital de R$ 15 mil em 2001. Somente em 2010, tiveram o primeiro aporte financeiro: o fundo Actis adquiriu 20% por R$ 100 milhões, ou seja, uma avaliação inicial de R$ 500 milhões. Foram 18 anos para atingir uma avaliação próxima de R$ 13 bilhões e crescer sem investidores.
O Nubank, que hoje é a maior fintech da América Latina, foi fundado em 2013 e se tornou um unicórnio em 2018, ou seja, em 5 anos, atingiu uma avaliação de US$ 1 bilhão com a ajuda de vários investidores que ajudaram a acelerar o seu modelo de negócios.
Para lembrar:
Não vale a pena gastar o seu tempo fazendo pitch para investidores que não vão ajudar a sua startup a ter mais sucesso.
Mas… se você quer acelerar, escolha bem os seus parceiros, aperte os cintos e voe!
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