30 de março de 2021 - 6h00
Andre Chaves* (Crédito: Divulgação)
Há cerca de cinco anos atrás , saindo da Presidência de um portal de conteúdo, um pouco entediado com os desafios das antigas funções e ocupações , eu resolvi embarcar de cabeça e alma num projeto extremamente desafiador , algo que estivesse de acordo com a minha visão de negócios e de mundo . Algo que tivesse como objetivo a criação de nova função, numa nova área. Isso motivado por uma crença de que muita inteligência coletiva era dispersa por conta de um aprisionamento de uma estrutura criada e sedimentada por nós mesmos . A ideia foi a criação de área ampla de growth que pudesse estar conectada ao marketing, conectada a vendas, novos negócios e alicerçado na inovação e data science. Somado a isso, um passe livre com os acionistas e alta direção.
Evidentemente como não existe esta caixinha nas empresas e obviamente não compreendidas por ser algo disruptivo , resolvi empreender criando minha própria consultoria tendo como objetivo ajudar empresas e startups no termo “crescimento” em diversos aspectos e seguindo a tese que os vasos teriam que ser necessariamente comunicantes. Antes de iniciar, meu primeiro grande desafio foi tentar entender qual era a grande complexidade na compreensão desta função e após muitas noites mal dormidas cheguei a conclusão , ela é complexa por que é multi-dimensional , algo que quebra a estrutura e hierarquias pois trabalha com dimensões verticais, horizontais e transversais. Tentando exemplificar um pouco isso, vamos começando por exemplos.
Alguns projetos verticais envolvem disciplinas já bem conhecidas e utilizadas como growth hacking por exemplo, pensar em estratégias de funil onde desenhamos cada etapa , da boca até as conversões ,estratégias de CRM, criação de OKR’s etc.. essa é a parte que tem crescido muito nas empresas e gerado resultados expressivos para elas . No mercado se startups , isso se estende até eles chegarem no grande objetivo que é o product market fit , o momento que a startups encontra a resposta do público que esta disposto a consumir aquele produto ou serviço. O ponto é que para muitas empresas a área de growth se restringe a isso, o que na minha opinião é uma parte da função.
Somada a ela , podemos estendê-la para os projetos horizontais , projetos de crescimento que agregam conteúdos de diferentes disciplinas desenvolvidas no mesmo contexto , contexto que podem ser utilizados até nas áreas de RH, onde podemos trabalhar desde o hunting de profissionais até os kpi’s de desempenho de performance usando a mesma estratégia. No caso aqui o crescimento é feito através de programas de mentoria de assessment de skills e competências. E por último os transversais que podem ser resultados da soma dos projetos verticais ou horizontais dentro ou fora das fronteiras das empresas. ou até crescimento inorgânico como novas alianças estratégicas JV e criação de novos negócios
Trabalhar os projetos de forma holística e multidimensional na área de growth permite aos profissionais obterem uma visão geral do seu negócio e fará com que melhor se adaptem aos futuros projetos de trabalho, onde todos os aspectos e competências serão requeridos. A metodologia é o coração , a mola-propulsora que faz com que este processo funcione e que possamos gerenciar dezenas de projetos em estágios diferentes ao mesmo tempo.
Se novas funções serão de dentro ou de fora da empresa como essa de growth por exemplo, não importa, mas o que realmente eu acredito que seja o mais importante é que as funções e profissões sejam sempre desafiadas e provocadas , que estejam sempre up-date com as novas necessidades , que sejam dinâmicas, mutáveis e possam se adaptar aos novos tempos ( e futuros).
Caso não consiga encontrar a “caixinha”, como eu , aconselho a criarem.
*André Chaves é Chief Growth Officer da Futurum Capital