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Marcas apostam em ações sociais para seduzir clientes

79% dos brasileiros querem que as empresas tomem partido em assuntos relevantes para a sociedade, meio ambiente, política e cultura.


5 de outubro de 2020 - 7h17

 

Levantamento feito pela Accenture Strategy aponta que 83% dos consumidores brasileiros preferem comprar de marcas que estejam conectadas aos seus valores de vida

O consumidor brasileiro está cada vez mais preocupado com o que as empresas estão fazendo para contribuir com a sociedade. Em um estudo feito em 2018 pela Accenture Strategy, da consultoria Accenture, foi revelado que 83% dos consumidores no Brasil preferem comprar de marcas que estejam em sintonia com os seus valores de vida. Esse resultado comprova que as pessoas têm preferido consumir marcas que se posicionem e que sejam claros em seus valores.

A pesquisa ainda demonstrou que 79% dos brasileiros querem que as empresas tomem partido em assuntos relevantes para a sociedade, meio ambiente, política e cultura. E para 87% dos ouvidos no levantamento, é importante saber a origem dos produtos da companhia, bem como as condições de trabalho e a questão de testes com animais. Outro ponto exposto no estudo foi de que 65% das pessoas disseram que já deixaram de comprar produtos de uma marca após ela “trair suas crenças”. 

Um dos pontos bastante discutidos entre os consumidores é a questão da diversidade e inclusão nas organizações. Recentemente, a rede varejista Magazine Luiza e a multinacional alemã Bayer anunciaram programas de trainee voltados apenas para candidatos negros. Atualmente, o Magalu tem em seu quadro de funcionários 53% de pretos e pardos. Mas apenas 16% deles ocupam cargos de liderança. E segundo a empresa, foi o alerta despertado por essa baixa participação que fez com que a companhia decidisse atuar, oferecendo oportunidades para quem ainda está começando a carreira.  

“O Magazine Luiza acredita que uma empresa diversa é uma empresa melhor e mais competitiva”, diz Patrícia Pugas, diretora-executiva de Gestão de Pessoas. “Queremos desenvolver talentos negros, atuar contra o racismo estrutural e ajudar a combater desigualdade brasileira, completa.

Para Lizandra Freitas, gerente-geral da KimberlyClark Professional, a conversa sobre a inclusão é mandatória. “As empresas que ainda não entenderam isso estão perdendo o bonde da história”, afirma Lizandra.

A executiva da Kimberly-Clark acredita em uma definição de diversidade mais ampla. “Quando você conta com um time que tem desde alguém que está na empresa há 25 anos, como alguém que acabou de entrar, como um jovem, um millennial, junto com um cara de uma geração Z, e quanto mais pessoas com mentalidades e formas de enxergar o problema diferentes você tiver, mais rica é a conversa”, receita.

Mas não são só os consumidores que estão de olho nas ações sociais das empresas. Os investidores também têm aumentado sua preocupação para que as organizações adotem práticas ambientais, sociais e de governança.

Segundo o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a emissão de títulos socioambientais, que são ativos que não priorizam só os aspectos financeiros, como também consideram os impactos ambientais, sociais e de governança das companhias, somaram US$ 328 bilhões em 2019 em todo o mundo. Esses números representam um aumento de 57% em relação ao ano de 2018. Isso mostra como os investidores buscam cada vez mais empresas que priorizem a pauta socioambiental.

Para Lizandra Freitas, da Kimberly-Clark, as pessoas querem saber o que você representa como empresa. “Nesse momento de pandemia, por exemplo, foi muito interessante ver como as pessoas começaram a cobrar das empresas, o que elas estão fazendo pra ajudar a comunidade nesse momento”, diz a executiva. E completa: “a iniciativa privada precisa entender o papel que elas têm em ajudar a forjar uma sociedade melhor. Não adianta o consumidor cobrar do governo e as empresas se excluírem desse processo”.

(*) Lizandra Freitas foi entrevistada no podcast Sob Controle da Pipeline Capital. Ouça a íntegra da entrevista aqui. 

 

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