Meio & Mensagem
1 de abril de 2013 - 10h41
Por Janaina Langsdorff
Parado à frente da gôndola, o consumidor se confunde ao tentar encontrar o produto desejado. Em meio à uma diversidade enorme de formatos, cores e imagens as informações se perdem e acabam obrigando a pessoa a fazer cálculos e comparações capazes de orientar a sua compra. Em setembro de 2012, a Nestlé foi notificada pelo Procon após queixa de um consumidor com dificuldades de diferenciar o produto Ninho do Ninho Fases. Com latas igualmente redondas e amarelas, as embalagens davam a entender que ambos os produtos são leite em pó, o que é o caso apenas de Ninho. Já o Ninho Fases é uma mistura à base de leite e óleos vegetais, porém a informação mais esclarecedora – a frase "esse produto não é leite em pó" – fica no verso da embalagem.
Segundo o Procon, o caso ainda segue em análise, mas a Nestlé já tomou providências para alterar as observações de rotulagem do produto e orientar os varejistas a posicioná-lo em prateleiras separadas. “A linha Ninho Fases segue as normas de rotulagem, trazendo na parte frontal de sua embalagem, com letras em caixa alta, a informação: ‘composto lácteo com óleos vegetais’. O rótulo também traz a seguinte frase, destacada em caixa alta e negrito: ‘este produto não é leite em pó’, assegurando ao consumidor seu direito de informação clara e transparente”, informa a Nestlé, em nota. As contradições atingem ainda produtos como os xampus “antiqueda”, que combatem apenas a queda pela quebra do fio e não a essência do problema (que pode estar ligada a causas genéticas ou nutricionais).
Diante destes exemplos, fica a dúvida: as embalagens ajudam ou confundem os consumidores no ponto de venda ?
As incertezas estão relacionadas principalmente à relevância das informações, sua disposição na área impressa e a clareza sobre as verdadeiras propriedades dos produtos. A falta de padronização é apontada como uma das principais falhas. O caminho para as soluções pode ser aberto pelo Plano Nacional de Consumo e Cidadania, assinado pela presidente Dilma Roussef no último dia 15 de março, Dia do Consumidor. Por meio de um conselho formado por ministros, secretarias e agências reguladoras, o decreto 7963/13 pretende modernizar as relações de consumo no País. As questões ligadas às embalagens serão discutidas no âmbito da regulamentação, podendo até definir novas regras de rotulagem. A expectativa é harmonizar os institutos de defesa do consumidor e os órgãos reguladores a fim de prevenir e reduzir conflitos, além de aprimorar a normatização de um setor prestes a ser invadido ainda pelos QR codes.
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