Meio & Mensagem
2 de junho de 2016 - 15h28
O Bradesco veiculou, nesta quinta-feira, 2, anúncios nas principais publicações do País posicionando-se sobre o indiciamento de Luiz Trabuco, presidente do banco, e outras nove pessoas na Operação Zelotes, que investiga manipulações que teriam ocasionado a venda de sentenças do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). Segundo o relatório, entregue pela Polícia Federal ao Ministério Público Federal na terça-feira, 31, existe suspeita de que o banco, por meio de uma consultoria, tenha tentado corromper conselheiros do Carf e, assim, conseguir se livrar de multas do órgão ou atenuar penalizações.
Somente após avaliar o relatório e pedir mais informações, o Ministério Público deve decidir se apresenta denúncia de corrupção ativa contra Trabuco e contra um dos diretores vice-presidentes, Domingos Figueiredo de Abreu, e o diretor gerente e de relações com investidores Luiz Carlos Angelotti. Os outros indiciados estariam ligados ao Carf e ao escritório de consultoria.
No comunicado, dirigido aos clientes, acionistas e à sociedade em geral, o Bradesco afirma que sua administração “toma de surpresa” o indiciamento e que seus dois diretores foram ouvidos apenas como testemunhas e o presidente não foi ouvido. Leia o comunicado na íntegra:
“O Bradesco comunica aos seus acionistas, clientes e à sociedade em geral que, em um dos inquéritos desdobrados da chamada “Operação Zelotes”, foram indiciados três integrantes da Direção do Banco, inclusive o seu Diretor-Presidente.
Segundo relatório da Polícia Federal, membros da Diretoria do Banco mantiveram contato com pessoas investigadas por crimes de corrupção ativa.
No âmbito do citado inquérito, dois Diretores do Bradesco prestaram depoimentos à Polícia Federal em São Paulo, quando esclareceram que foram procurados por escritório de assessoria tributária que se ofereceu para advogar uma questão fiscal junto ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais “CARF”. Desses contatos não se efetivou qualquer proposta, contratação ou pagamento, mesmo porque a pendência fiscal já se encontrava sob o patrocínio de renomados tributaristas.
Cabe informar que o processo junto ao CARF, objeto da investigação, foi julgado em desfavor do Bradesco por unanimidade – 6 x 0, e encontra-se, agora, submetido ao Poder Judiciário.
O Bradesco informa que jamais prometeu, ofereceu ou deu vantagem indevida a quaisquer pessoas, inclusive a funcionários públicos, para encaminhamento de assuntos fiscais ou de qualquer outra natureza.
O indiciamento toma de surpresa a Administração do Bradesco, considerando que os dois Diretores foram ouvidos apenas como testemunhas e o Presidente da Companhia sequer foi ouvido e tampouco participou de qualquer reunião com representantes do escritório de assessoria tributária.
O Bradesco reitera seus elevados padrões de conduta ética e reafirma a sua confiança no pleno funcionamento da Justiça”.