Havas chama BBDO, FCB e Leo Burnett de “agências de merda”
Vídeo criado para divulgação interna diz que a concorrência da rede são "crianças com iPhones"
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Do Advertising Age
O final de agosto geralmente é um período de calmaria na indústria, mas um vídeo [insira um adjetivo aqui, como “patético” ou “infame”] da Havas América do Norte deu o que falar nos últimos dias.
O material, que era para ser divulgado internamente, acabou vazando por meio do Fishbowl, um app de fofocas da indústria. Nele, os líderes criativos da Havas North America chamam Leo Burnett, FCB e BBDO de “agências de merda”, enquanto emojis de cocô aparecem na tela. Em seguida, eles afirmam que a verdadeira concorrência da agência são “crianças com iPhones e milhões de seguidores no YouTube”.
O vídeo é apresentado por Paul Marobella e Jason Peterson, CEO e CCO da Havas Creative North America, respectivamente. Ambos também acumulam as funções de chairman. Peterson disse ao Ad Age que o vídeo é o primeiro de uma série cujo objetivo é atualizar os funcionários sobre o mercado e novos trabalhos. Ele disse que o primeiro teaser tem a intenção de romper as amarras com os tradicionais e-mails corporativos.
O conteúdo provocou as mais variadas reações no Fishbowl: foi considerado uma piada por alguns, mas foi elogiado por outros pela sinceridade.
“A boa notícia é que a Havas já é maior como uma agência do que qualquer criança com um iPhone. A má notícia é que eles têm menos receita do que a BBDO, a FCB ou a Leo. Talvez eles encontrem um meio de gerar receitas com emojis de cocô”, disse Greg Paull, diretor da R3.
Andrew Swinand, CEO do Leo Burnett Group, disse em e-mail: “Ele está certo, a Havas definitivamente não é concorrência para a Leo Burnett e provavelmente deveria se preocupar mesmo em perder negócio para crianças com iPhones”.
A FCB e a BBDO não quiseram comentar o assunto.
Peterson também fala sobre o modelo “que fez com que agências se tornassem vendedoras” e diz que a Havas quer ajudar clientes a aprender como vender seus produtos no mundo atual. “Nosso mundo mudou e nossa entrega criativa também. Para passarmos de criativos para criadores temos que simplesmente ter uma ideia e a habilidade de fazer nós mesmos. A produção está em nosso departamento criativo. Temos câmeras, drones, iPhones, podemos filmar e fazer o conteúdo sozinhos”.
Marobella comenta que uma das prioridades da empresa é melhorar sua reputação por meio de relacionamentos e direcionando receita: “Somos um negócio e alavancar a receita é uma prioridade porque nos permite ter coisas legais, como um bar de suco”.
O vídeo termina “I Might Need Security”, nova música do Chance the Rapper que começa com um “Fuck You”.
Até o início da semana, dava para acessar o vídeo pelo Vimeo, mas o link foi retirado do ar. “O vídeo não foi feito para ser um depoimento aberto sobre a indústria”, afirmou Peterson. Ele disse que não tem nada a esconder, mas admitiu que talvez tenham parecido meio vulneráveis e estúpidos na gravação.
“Esse foi um vídeo interno para estimular a equipe a ganhar o dia, o ano e o negócio. Somos uma indústria competitiva, mas não tínhamos a intenção de ofender outras agências. O negócio está evoluindo e nós também. Estamos sendo transparentes sobre o fato com nossa equipe, e isso significa ter uma posição clara em relação a adoção de uma abordagem diferente.
Sobre ter usado a palavra “merda” para se referir a outras agências, Peterson alegou que o vídeo é interno, e que os funcionários da Havas estão livres para trabalhar nessas agências se quiserem.
“Realmente não acredito que outras agências de publicidade, especialmente pertencentes a grandes holdings, são concorrência para a gente. “São ótimas no que fazem, mas não fazem o que fazemos”.
A Havas garantiu, ainda, que o vídeo foi bem recebido pela equipe e concluiu seu propósito de animar os funcionários. “Amo trabalhar para uma agência com um ponto de vista claro. Trabalhei para dezenas de agências criativas que trabalhavam com medo e a Havas não é isso. Há uma direção clara e estamos dispostos a correr os riscos e a tentar fazer diferente de verdade”, afirma um e-mail de um funcionário que preferiu manter-se anônimo.
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