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Opinião

A outra face de uma CEO

Ser CEO de uma agência 100% negra é uma responsabilidade que abraço com muito orgulho, mas, por trás dessa figura empresarial, existe outra Tatiana


12 de setembro de 2024 - 9h05

(Crédito: Shutterstock)

Ser CEO de uma agência de publicidade como a Gana, 100% negra e com o DNA da diversidade brasileira como pilar, é uma responsabilidade que abraço com muito orgulho. No entanto, por trás dessa figura empresarial, existe outra Tatiana, uma mulher apaixonada por velejar, uma paixão que remonta aos meus dias em Salvador, na Bahia. 

O mar da Bahia e o velejo 

Cresci cercada pela energia vibrante de Salvador, e foi lá, na imensidão azul da Baía de Todos os Santos, que descobri minha paixão por velejar. O velejo sempre foi mais do que um simples hobby; era um refúgio, um lugar onde podia me reconectar comigo mesma e com a natureza. 

A sensação de liberdade ao sentir o vento nas velas e o som das ondas batendo no casco é indescritível. Velejar me ensinou lições valiosas que levo comigo até hoje na minha vida profissional: a importância da paciência, do equilíbrio, e, sobretudo, da resiliência. O mar pode ser calmo e pacífico, mas também pode ser desafiador e imprevisível, muito parecido com o ambiente de negócios. 

Da Baía de Todos os Santos a São Paulo 

Hoje, moro em São Paulo, uma cidade que abracei e onde já me sinto em casa, mas as memórias dos dias passados no mar ainda me acompanham. Viver em Salvador moldou quem sou; a cultura, as tradições, e a beleza natural da Bahia estão profundamente enraizadas em mim. Embora a vida corporativa em São Paulo seja frenética e exigente, sempre encontro um momento para relembrar aqueles dias tranquilos no mar, onde aprendi a navegar pelas águas da vida. 

A conexão entre o mar e a liderança 

Velejar me ensinou que, assim como no mar, na liderança é preciso saber quando avançar e quando recuar, quando manter o rumo e quando ajustar as velas. Essas habilidades são essenciais para guiar uma equipe e tomar decisões em um ambiente corporativo complexo e em constante mudança. 

Na Gana, me aproprio dessas lições diariamente. Entendo que cada membro da minha equipe é como uma parte do barco; cada um com sua função, mas todos trabalhando em sincronia para alcançar o sucesso. Assim como em uma jornada no mar, onde o capitão confia na sua tripulação, na Gana, confio plenamente em minha equipe, sabendo que juntos podemos enfrentar qualquer tempestade. 

A outra face 

Por mais que a minha posição como CEO da Gana seja de destaque e responsabilidade, nunca deixo de lado minha essência e minhas raízes. Ser uma líder não significa perder a conexão com aquilo que nos faz humanos. No meu caso, é o mar, o vento, e as águas da Bahia que me mantêm centrada e conectada com quem sou de verdade, e nos momentos de paixão e loucura estou vibrando e torcendo enlouquecidamente pelo meu “Baea”, time de coração, sangue tricolor correndo na veia. 

O que me motiva diariamente é saber que, assim como velejei nas águas da Baía de Todos os Santos, também navego pelos desafios da vida empresarial, sempre buscando equilíbrio, direção e propósito. 

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