ESG e a importância de não deixar ninguém para trás
Sincronia dos objetivos de negócios com a agenda ambiental, social e de governança corporativa foi o tema da abertura da edição 2024 do Summit Women to Watch
ESG e a importância de não deixar ninguém para trás
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Bárbara Sacchitiello
26 de março de 2024 - 10h59
Os temas de preservação ao meio ambiente, projetos sociais e governança corporativa não são mais um pilar à parte na agenda corporativa e nem dos eventos do setor. Prova disso é que, logo na abertura da terceira edição do Women to Watch Summit, que acontece nesta terça-feira, 26, em São Paulo, ficou bem claro que o ESG estaria presente no palco ao longo de todo dia.
Logo no início, o evento abriu espaço para três mulheres líderes contarem como estão presenciando o avanço da agenda ESG nos negócios e, sobretudo, como fica cada vez mais difícil desassociar a inovação e o crescimento corporativo dos pilares de preservação ambiental e promoção social.
“O termo ESG foi cunhado como forma de traduzir a sustentabilidade ambiental e social para os diferentes setores da empresa, incorporando esses valores no ambiente dos negócios”, definiu Denise Rios, conselheira consultiva e especialista em sustentabilidade, quando a moderadora do painel, Michelle Borborema, editora de conteúdo e estratégia do Women to Watch, pediu uma definição de ESG, além de uma avaliação sobre o avanço do tema na realidade das empresas.
Sobre essa segunda questão, Denise preferiu separar o E, o S e o G para avaliar os respectivos avanços. Segundo ela, na questão ambiental, o Brasil conta com uma competitividade e capacidade de geração de negócios e soluções como em nenhum outro mercado.
“Avançamos muito na transição energética e ambiental, mas ainda precisamos de mais No âmbito do ‘S’, não há nenhuma dúvida em relação à capacidade de geração de valor. No mundo, apenas no ano passado, conseguimos multiplicar por 30 a geração de valor, mas quando falamos em distribuição, ainda fica muita gente à margem. E ninguém pode ser deixado para trás em um mundo que queremos construir”, resumiu.
Grazi Mendes, head de diversidade, equidade e inclusão da ThoughtWorks, pontuou que não é possível mais pensar em inovação e crescimento, no ambiente corporativo sem quebrar padrões e modificar questões de inclusão e diversidade na sociedade
.
“É preciso ser realista e perceber que ainda há muito green washing e ações que são transformadas em campanhas, mas que não são capazes de mudar a lógica dos negócios. Além disso, vemos um retrocesso em vários avanços que viemos construindo com muito custo”, pontuou.
Grazi destacou a importância de ter cuidado ao associar a aplicação de princípios ESG ao alcance de lucratividade a curto prazo. Segundo ela, não há, ainda, estudos concretos que confirmem essa relação direta, pois ela é complexa e depende de diversas variáveis.
“O que podemos ter certeza é que cabe a nós deixar um mundo melhor, inclusive para quem vem depois. A cobrança por lucratividade nas empresas não pode se sobrepor a isso. Se a lucratividade tiver o custo da nossa humanidade ou o custo do nosso planeta, não vale a pena. Não existe inovação sem a transição para um mundo melhor”, definiu.
Nesse novo modelo de pensamento e de forma de fazer negócios, a reputação passa a ser diretamente atrelada às ações da empresa e a imagem que ela é capaz de construir perante suas comunidades, de acordo com Raquel Ogando, diretora de reputação e sustentabilidade da BRF.
Para isso, ela defende o alinhamento da agenda social com a agenda material das companhias, uma vez que o ESG terá, cada vez mais, importância direta no balanço das companhias.
“Quando pensamos em empresas que irão perdurar pensamos em organizações que serão capazes de trabalhar para solucionar problemas complexos. Entender a demanda dos consumidores e trazer soluções que aportem valor para quem está na ponta. E sabemos que não é possível resolver problemas complexos sem contar com olhares diversos”, destacou Raquel.
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