Nubank pedirá licença para operar como banco
Movimento, previsto para 2026, é decorrente de restrição do Banco Central ao uso do termo “banco” ou “bank” por plataformas financeiras que não tenham autorização na modalidade

Nubank, em 2026, já quer ter licença para operar como banco (Crédito: Divulgação)
Após a implementação da Resolução Conjunta nº 17/2025, publicada recentemente pelo Banco Central do Brasil, em que a entidade restringe o uso do termo “banco” ou “bank” a instituições financeiras que tenham, de fato, autorização para operar na modalidade, o Nubank anunciou nesta quarta-feira, 3, que pretende obter licença bancária no País em 2026.
Com 110 milhões de clientes no Brasil, logo, uma das maiores plataformas de serviços financeiros digitais locais e mesmo no mundo, o Nubank afirma cumprir todas as exigências regulatórias e operar com todas as licenças necessárias como Instituição de Pagamento, Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento, e Corretora de Títulos e Valores Mobiliários.
Além disso, pontua que a inclusão de uma instituição bancária no conglomerado “não implica em alterações materiais nas exigências adicionais de capital e liquidez –a solidez e resiliência financeira permanecem inalteradas”.
Em nota, Livia Chanes, CEO do Nubank no Brasil, ressalta que a instituição, fundada há 12 anos, foi responsável pela inclusão de 28 milhões de pessoas no sistema financeiro. “Nossa identidade e missão de simplificar a vida dos nossos clientes permanecem iguais”, acrescenta.
Marca inalterada
Segundo o Nubank, que já vinha em sua comunicação visual, cartões, conteúdo e serviços utilizando apenas o nome Nu, a marca e identidade visual do Nubank permanecerão as mesmas.
Em entrevista ao Meio & Mensagem, especialistas já afirmavam que a medida do BC teria maior impacto na percepção dos clientes sobre instituições menores e não em uma tão consolidada como o Nubank.
O professor Roberto Kanter, da FGV, avalia que a migração gradual para a marca “Nu” já era um indício de que a fintech se preparava para cenários regulatórios mais estritos e o movimento deve ser seguido por outras fintechs que operam como SCDs ou Instituições de Pagamentos.
Jorge Ferreira dos Santos Filho, professor do curso de Administração da ESPM, também pontua que como a discussão já acontecia nos bastidores do setor, fintechs mais estruturas já se preparavam para isso.