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Opinião

Salve-se quem puder

Mudar para o exterior é uma opção de vida que envolve fatores além do trabalho ou da economia, mas, para os que quiserem fazer isso, seguem algumas dicas


7 de junho de 2016 - 12h00

Nos últimos seis meses, perdi a conta de quantos amigos me pediram ajuda para sair do Brasil. A crise e a desilusão com a situação econômica e política tem feito muitos profissionais bem sucedidos, e outros nem tanto, quererem mudar de vida e de país.

Como a revista The Economist mostrou bem em suas capas nos últimos anos, o Brasil oscila entre momentos de euforia absoluta (a imagem do Cristo Redentor decolando) e outros de profunda depressão (o mesmo caindo). A história prova que nenhum dos dois extremos é duradouro ou totalmente correto para descrever o Brasil.

 

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The Economist sintetizou nessas capas momentos de oscilação da economia brasileira

No começo dos anos 2000, quando eu trabalhava nos Estados Unidos, dava vergonha ser brasileiro. Lembro-me das reuniões trimestrais onde o CEO da minha empresa sempre tinha uma crítica especial ao Brasil. Ele dizia que “mais uma vez não havíamos chegado aos resultados por causa do Brasil”. Prometíamos e não entregávamos. Estava tudo errado na economia.

Dez anos depois, trabalhando na Europa, o cenário era o oposto. O Brasil estava arrebentando e todos queria saber o que estava acontecendo. Procuravam os poucos brasileiros expatriados para falar do País e da economia. Éramos poucos, pois com os altos salários no Brasil ninguém queria saber de morar no exterior.

Apesar das coisas não estarem nada bem agora, o Brasil continua sendo um dos principais mercados para a maioria das multinacionais. Apesar da recessão, as oportunidades devem aparecer para quem estiver preparado e quiser ficar por aí.

Mudar-se para o exterior é uma opção de vida que envolve outros fatores além do trabalho ou das circunstâncias da economia, por mais difíceis que pareçam. Mas se você realmente quiser mudar, aqui vão algumas dicas.

Dupla cidadania ajuda muito. Nos Estados Unidos ou na Comunidade Econômica Europeia é pouco provável que você consiga trabalho apenas com o passaporte brasileiro. As regras locais limitam muito as contratações de estrangeiros exceto em condições excepcionais.

Se você não tem pressa, informe-se em como adquirir a cidadania de seus pais ou avós. Isto abrirá muitas portas para você.

Outro atalho para uma vida no exterior é uma expatriação na sua própria empresa. Se você trabalha numa multinacional, este é sem dúvida o melhor caminho. Isto acontece porque os vistos para transferências internas na mesma empresa são mais fáceis e abundantes do que os de contratação de um novo funcionário.

Se você não tem a dupla cidadania nem a oportunidade de ser expatriado pela sua empresa, ainda existe a opção de um visto de estudante. Matriculando-se em um curso de graduação ou pós você terá direito a um visto de estudante que dura dois anos. Depois da graduação, caso você esteja trabalhando, este visto pode ser convertido em “greencard” após alguns anos. Obviamente esta opção tem um custo, mas é o caminho mais seguro e legal para fazer esta mudança.

Para quem tem interesse em expandir os horizontes na educação ou carreira recomendo uma temporada fora do Brasil. Mas não deixe a situação momentânea influenciá-lo. O Brasil vai melhorar e as oportunidades voltarão a aparecer para quem estiver por aí também. Esta crise não é a primeira nem a última que veremos em nossas carreiras.

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