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Opinião

Message in a bottle direto do C2 Montreal

O que mais surpreendeu foi a capacidade de geração de momentos de negócio pela plataforma que coloca todos em match; de longe, a melhor experiência de conexão em festivais


24 de maio de 2018 - 16h59

Crédito: reprodução/YouTube

Quando você chega ao C2 Montreal, percebe que, desde as pequenas e fluídas filas de verificação de segurança (como nos aeroportos), passando pelos corredores com salas coloridas translúcidas de plástico flexível, até as áreas de experiência como os labs, com cenografias relativas aos temas, percebe que algo especial está por acontecer. Tudo começa com a entrada de Jean François Bouchard, um dos responsáveis pelo C2, endereçando os méritos do evento para os realizadores que estão na plateia, junto com todo mundo, sem primeira fila, parabenizando a importância da persistência de pessoas visionárias no processo de criação de eventos poderosos como esse.

Daí você pensa que agora vai começar e o melhor é se concentrar no conteúdo, torcendo para que o palestrante seja o mais profundo possível na antecipação de tendências e pensamentos para um futuro não tão distante nas áreas de design, marketing e tecnologia aplicada, certo? Não, errado! Vou explicar: assim que começa a palestra show, você percebe que a cenografia do palco, a iluminação, a projeção em 3D, as performances antes, durante e entre as palestras, desenvolvidas pela trupe do Cirque du Soleil e a energia da plateia são o blend ideal para equalizar as expectativas em relação ao conteúdo. Entendendo que ali o que vale é toda a experiência. Forma segue função.

Na agenda do primeiro dia teve Sébastien Bazin contando um pouco do desafio da AccorHotels com a competição dos novos modelos de home sharing, como o Airbnb e outros. Para Bazin, o que faz o Airbnb crescer tão rápido não é a qualidade superior de hospedagem, mas sim da experiência do consumidor fora da casa, em passeios, bares, restaurantes e lugares que o fazem se sentir um verdadeiro local daquela vizinhança. Concordo. Afinal, o perfil desse novo consumidor pensa mais em curtir a viagem, e não a hospedagem em si. Depois veio a doce menina Zaynah Bhanje, uma das seis crianças palestrantes abaixo de 16 anos na programação do festival, falando de aspectos da inteligência artificial (IA), de maneira positiva, o que me faz acreditar realmente em um mundo melhor para o futuro. A mesma voz juvenil avisa o quanto nossa vida vai mudar com essa tecnologia já disponível em bots, big data e machine learning. Uau! Fazia tempo que não ouvia alguém falar de IA sem lançar a praga dos perigos que representa tamanho poder dessa tecnologia em mãos erradas. Depois, veio a Sophie Trudeau, ativista de igualdade de gênero e esposa do primeiro-ministro do Canadá. Ela falou sobre o quanto todos estamos oprimidos pelos nossos papéis, de homens e mulheres, e sobre a necessidade de nos conectarmos a partir da expressão honesta dos nossos sentimentos. Entre uma palestra e outra, adicione performances criativas do Cirque du Soleil, cofundador do C2 Montreal, deixando o clima de aprendizado mais divertido, o que ajuda a equilibrar a dinâmica de absorção de conteúdo, quebrando a rotina de palestras, impedindo que mesmo as geniais sejam longas e sonolentas.

Até aqui, já teria sido uma experiência incrível para o primeiro dia. Mas esse é só um taste da experiência oferecida pelo C2. O que mais me surpreendeu neste primeiro dia da edição do #C2M18 foi a capacidade de geração de momentos de negócio entre os participantes, oficialmente através do braindate — plataforma conectada ao app oficial do evento —, que coloca você em match com todos que se aplicam para conversar sobre um tema. Esses dates podem ser feitos individualmente ou em grupo. É só escolher e descrever em uma frase o tema que você gostaria de abordar. Daí, é só esperar o retorno, que acontece rápido, acredite. Uma ou mais pessoas respondem seu chamado e aí a mágica acontece com a própria plataforma organizando tudo para você, da agenda aos melhores horários para se encontrarem e conversarem sobre aquele tema. De longe, a melhor experiência de conexão que já experimentei em festivais. Para completar, as áreas de alimentação, os espaços de workshop e várias outras áreas do Arsenal, vizinhança onde acontece o evento, estimulam o espírito de participação e de troca, tornando a abordagem para negócios espontânea e efetiva. Afinal, não são as novas oportunidades que procuramos nos festivais de inovação?

 

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