A garotinha que enfrentou Wall Street também arrasa Cannes
Criado pela McCann de Nova York, case Fearless Girl conquista três Grand Prix em um único dia e desponta como um dos favoritos do ano
A garotinha que enfrentou Wall Street também arrasa Cannes
BuscarCriado pela McCann de Nova York, case Fearless Girl conquista três Grand Prix em um único dia e desponta como um dos favoritos do ano
Bárbara Sacchitiello
19 de junho de 2017 - 16h15
A primeira parte da divulgação dos prêmios do Cannes Lions na manhã desta segunda-feira, 19, agrupou três áreas: PR, Glass Lions e Outdoor. Embora avaliem trabalhos de diferentes esferas da publicidade, todos os membros das três categorias não tiveram dúvida em relação ao melhor trabalho de cada uma das divisões: “Fearless Girl”, criada pela McCann de Nova York, conquistou o Grand Prix nas três categorias e já desponta com um dos favoritos ao estrelato do Cannes Lions 2017.
O sucesso da garotinha que enfrenta o touro de Wall Street não é uma surpresa para os presentes no Festival. O trabalho da McCann de Nova York já havia sido apontado pelos criativos ouvidos pelo Meio & Mensagem como um dos cases favoritos a brilhar em Cannes semanas antes de o Festival começar. Os três Grand Prix em um único dia, no entanto, colocam a agência e o próprio trabalho em um patamar especial.
Forte, marcante, empoderador, emocionante. São vários os adjetivos usados pelo júri para classificar a estátua que, na opinião dos jurados, passou uma mensagem inovadora à indústria publicitária. “Essa estátua me move e me comove. É arte, é intangível e, exatamente por isso, traz uma mensagem muito forte. Ver aquela menina encarando o touro traz, imediatamente, um ímpeto de coragem”, relatou Andrea Alvares, vice-presidente de marketing da Natura e jurada de Glass Lions.
Wendy Clark, CEO da DDB na América Latina e presidente do júri de Glass, também não economizou elogios ao explicar porque “Fearless Girl” conquistou Grand Prix na categoria. “O trabalho mostra o poder da criatividade em enfrentar desafios além de ter um forte impacto econômico e social. A garotinha que enfrenta o capitalismo de Wall Street simboliza, na verdade, a ambição de toda menina de qualquer lugar do mundo”, analisou Wendy.
Membro do júri de PR – que também elegeu “Fearless Girl” como a melhor ideia do ano na categoria – Gabriel Araújo, vice-presidente de criação da Ketchum e da Little George, falou que os jurados até chegaram a considerar outros cases para o Grand Prix, mas que nenhum teve a força da garotinha destemida. “O Meet Graham, por exemplo, é um case maravilhoso e que viralizou muito e chegamos a cogitá-lo para o GP. Mas a força do ‘Fearless Girl’ está no fato de ele ser uma estátua e uma hashtag. E esses dois elementos, juntos, conseguiram produzir, seguramente, a melhor ideia que vimos em Cannes nos últimos dois anos”, elogiou Araújo.
Até quando não conquistou o Grande Prêmio do júri, o case – que foi criado para uma organização de Wall Street que apoia empresas do mercado financeiro que contratam mulheres e incentiva a participação feminina no ambiente de negócios – também foi destaque nos júris. Em Promo & Activaction, por exemplo, um jornalista que estava na coletiva de apresentação dos prêmios questionou se a estátua da garotinha não chegou a ser cogitada para o Grand Prix. O presidente da categoria explicou os critérios que impediram que a peça ganhasse mais um GP. “Fearless Girl é um ícone, um símbolo maravilhoso, mas consideramos que, para receber o Grand Prix, a peça tinha ser que tanto um trabalho de Promo como de Activaction. Nesse caso, vemos apenas o Activaction e, por isso, entregamos o Grand Prix a outra campanha. Mas isso não tira a força de Fearless Girl, que conquistou dois Ouros e uma Prata em nossa categoria, foi premiada em outros júris e que, certamente, irá ganhar muito mais coisas até o fim do Festival”, disse Stéphane Xiberras, presidente e CCO da BETC.
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