A fagulha está acesa

13 de junho de 2025 - 20h06

Custo a acreditar que as máquinas irão dominar e subjugar o restinho de humano que sobrou de nós mesmo depois de décadas de internet e smartphones. A inteligência artificial encanta pela velocidade, nos ilude com a promessa de nos salvar das tarefas mundanas mas, na verdade, faz brotar o medo de nos substituir no que julgamos ser nosso diferencial inato: A nossa criatividade.

E quando estamos com medo, viramos esse animal feroz: ativamos nosso “neoludismo criativo”, negando e bloqueando qualquer chance de absorver o lado positivo da novidade em nome de um propósito justo e maior de proteger o que sempre foi nosso. Mas, precisa ser assim?

Cannes estará provavelmente inundada de sessões, reuniões, demonstrações de tecnologias, pilotos e provas de que GenAI está aí e veio para ficar. Minha expectativa (ou esperança) é de que 5 anos depois do GPT-3, marcas, veículos, agências e todo o nosso ecossistema já estejam mais preparadas para essa mudança.

Premiações totalmente produzidas com GenAI? Tomara! Mas, com o cuidado de trazer uma diferenciação profunda. Tecnologias reais e não mockups ou simulações? Opa! É o mínimo, não é? Marcas dispostas a investir no futuro? Opa, o orçamento ajuda né? Mas, o que mais?

O que realmente espero é ver a discussão ir para onde realmente interessa: Agregar possibilidades aos humanos, sendo um parceiro do processo criativo. Gerar valor para as marcas com melhorias em táticas e técnicas. Transformar operações de comunicação, adicionando agilidade, velocidade e escala para permitir fazer tudo que queríamos e não tínhamos tempo. Ou seja, ajudar a solucionar os nossos problemas reais e não criar mais problemas.

Mas, quem pode se mexer para fazer isso acontecer? Ah, isso é com nós, mortais, mesmo. Então bora trabalhar e evoluir nossos times porque Cannes Lions 2025 está chegando e nosso papel lá é ajudar a criar nosso próprio futuro.