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Independentes em Cannes: o motor criativo por trás da inovação

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16 a 20 de junho de 2025 | Cannes França
Diário de Cannes

Independentes em Cannes: o motor criativo por trás da inovação

Produtoras e agências fora dos grandes grupos mostram que o novo, em Cannes, muitas vezes vem das bordas


16 de junho de 2025 - 13h39

Quem circula por Cannes todos os anos sabe: o festival é feito de narrativas, sejam elas as que sobem ao palco e ou as que ecoam pelos bastidores.

E, cada vez mais, uma dessas narrativas ganha força: a das empresas independentes que desafiam o status quo com ideias originais, formatos inusitados e uma liberdade criativa que os grandes holdings nem sempre conseguem acompanhar.

Não é exagero dizer que são essas estruturas menores, produtoras autorais, estúdios criativos, agências boutique, que têm oxigenado o festival com abordagens frescas e inesperadas.

São elas que, sem grandes verbas, apostam em craft, conexão cultural, storytelling e risco. E muitas vezes entregam os trabalhos mais comentados do ano.

Esse ano, vimos exemplos assim em várias categorias. Ampfy e Galeria, por exemplo, tem brilhado com shortlists que mostram como o pensamento estratégico e a criatividade fluida podem entregar campanhas que ressoam de verdade, utilizando dados de um jeito inteligente para criar mais conexão com o público. E não para por aí.

Pequenas agências ousaram usar a Inteligência Artificial de um jeito mais humano e menos “robotizado”, para conseguir transformar dados em narrativas que geram engajamento real, em vez de apenas automação.

Vimos também produtoras que criaram experiências mais reais e imersivas, a partir de dores que, de fato, existem.

E o que diferencia essas empresas? Talvez seja a ausência de amarras e a vontade de criar livremente. A independência não é apenas um modelo de negócio, é também um propósito.

Elas não respondem a conselhos de acionistas, mas à paixões. Têm menos processos, mas tem muito mais tesão pela ideia e pelo conceito. E isso, em Cannes, faz toda a diferença.

Claro que os grandes grupos continuam sendo protagonistas. Mas há algo potente em ver uma produtora de 10 pessoas disputar espaço com um conglomerado de 10 mil. E mais ainda: ver que a inovação, muitas vezes, vem mesmo das bordas.

No fim das contas, a gente entra (e sai) de Cannes com uma certeza: a criatividade é o que manda, e ela é a estrela do evento. E essa criatividade, como a história tem mostrado, quase sempre começa fora do centro.

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