A tecnologia em época de migração
O mundo está em movimento e não há como fugir dessa realidade
O mundo está em movimento e não há como fugir dessa realidade
Meio & Mensagem
5 de abril de 2016 - 15h17
Por Amanda Terra (*)
A migração estará sempre em pauta, seja em grandes revistas e jornais, no feed do Facebook ou no planejamento de vida de algum amigo. Os ciclos migratórios estão presentes desde o início de nossa existência e formatam muito do que entendemos como sociedade. Atualmente, enquanto o mundo enfrenta a pior crise de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial, é também possível observar uma massa migratória espontânea. O mundo está em movimento e não há como fugir dessa realidade.
Fui co-autora do trend report “Fluxos – Um estudo sobre a migração nos dias de hoje”, que aborda iniciativas conectadas à jornada de indivíduos em busca de novos territórios. É difícil não se emocionar com o quanto a tecnologia se transformou em importante ferramenta de suporte. Neste momento, o empoderamento tecnológico é o grande divisor de águas. Muito se sabe do cenário trágico: países em desastre, fuga de famílias em busca de segurança, longos trajetos, fronteiras físicas e burocráticas – sejam refugiados da Síria, da Somália ou do Afeganistão. Mas a ajuda e solidariedade têm sido observadas ao surgirem aplicativos e plataformas que auxiliam imigrantes e instituições envolvidas com o tema.
Um exemplo notável são os sites com o formato como o do Airbnb, que ao invés de aluguel, oferecem gratuitamente lares temporários em todo o mundo para as famílias desabrigadas, e até plataformas financiadas por crowdfunding que pretendem reunir famílias separadas pela crise humanitária. E um ponto interessante é a quantidade de pessoas civis engajadas na produção e na disseminação dessas plataformas.
Além destas iniciativas, a busca por um novo estilo de vida também é um tema relevante quando o assunto é migração: tanto na procura por liberdade, quanto por novas oportunidades profissionais. A utopia de uns já é a realidade de outros. Para atender aos migrantes, já existem canais de troca de trabalho por hospedagem em hostels e calculadoras que comparam o custo de vida em cidades ao redor do mundo.
Também não faltam artistas e profissionais que se apropriam das nuances de uma temática tão rica, transformando-as em obras, campanhas e intervenções. O projeto Mixed Blood, por exemplo, retrata famílias que trazem consigo belas misturas étnicas. Já a marca Tide, nos Estados Unidos, lançou uma campanha para apagar estereótipos impostos pela xenofobia aos hispânicos.
Mais do que nunca, estamos com as mãos na massa e cheios de vontade de construir uma sociedade mais humana. Cada vez mais, diferentes atores sociais precisam entrar nesta dança com o mesmo propósito, seja através de aplicativos, ações sociais ou campanhas publicitárias. A lista de possibilidades é muito grande.
Aproveito para sugerir uma reflexão: você é imigrante? E seus avós? Na realidade, sinto que todos somos. Colaborar com quem já faz, criar novas soluções, dar visibilidade à causa e fortalecer a luta contra o preconceito são os convites que ficam. Precisamos inventar maneiras de intervir positivamente em histórias que dizem muito sobre o que somos e o que poderemos nos tornar enquanto sociedade.
(*) Amanda Terra é planner da Artplan no Rio de Janeiro
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