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Comunicação

Agências independentes se mobilizam por mais visibilidade

Círculo de Agências Independentes surge para aumentar reconhecimento de operações com até 160 colaboradores e incentivar a troca de experiências entre lideranças


6 de maio de 2025 - 6h40

Em março, nasceu o Círculo de Agências Independentes, movimento que reúne lideranças de pequenas e médias agências de todo o Brasil.

O objetivo é aumentar o protagonismo e visibilidade de operações independentes para além de peças e campanhas, com maior enfoque em negócios. A articulação é inspirada no Ad Age Small Agency Awards, iniciativa do Advertising Age que reconhece agências de pequeno porte desde 2009.

agências independentes

Felipe Silva, da Gana, e Ale Alves, da CL/AG: agências independentes precisam de mais visibilidade no mercado brasileiro (Crédito: Arthur Nobre)

Felipe Silva, cofundador da Gana, é um dos nomes que encabeçou o movimento: “Tem muita coisa acontecendo, muito negócio sendo premiado e mostrado. Concomitante com isso, há um movimento forte global nascendo, não só lá fora, como aqui no Brasil, de várias agências independentes fortes criativamente, com trabalho relevante e outras com décadas de atuação que também têm trabalhos relevantes e que parecem que ficam sempre à margem”, afirma.

De acordo com ele, o momento é propício para um projeto do tipo: há uma onda da ascensão de independentes globalmente, em tempos em que os negócios demandam agilidade, proximidade e compromisso – características de agências do tipo. Além disso, Silva destaca oportunidades de crescimento em meio à turbulência dos grandes grupos, que passam por consolidações, extinções de marcas lendárias e aquisições de macro redes.

Desde a fundação, o Círculo já conta com mais de 190 agências de todas as regiões do País, considerando negócios de até 160 colaboradores. Entre elas estão nomes como 11:21, Dark Kitchen Creative, Digital Favela, Eyxo, Kele Ag, New Vegas, The Juju, Tech & Soul e a CL/AG.

“Outros países já trabalham com agências de outros estados e cidades. Aqui, temos grandes agências trabalhando na ponta, ganhando prêmios e tracionando a mídia local e regional. Tem muito negócio acontecendo fora do eixo Rio-São Paulo”, defende Ale Alves, fundador, CEO e CCO da CL/AG.

As lideranças das agências se mobilizam em grupos de trabalho, grupos e encontros on-line e presenciais para trocas sobre pautas comuns às operações. As temáticas variam entre o acesso a grandes plataformas de compra de mídia, busca por melhores negociações, e questões mais práticas do cotidiano, como ferramentas de inteligência artificial, softwares variados, políticas de cultura e recursos humanos, práticas de ESG, finanças etc.

Agências maiores e mais estruturadas formam espécies de conselhos para empoderar e auxiliar as menores nesta jornada. Além disso, entidades da indústria, como a Associação Brasileira de Anunciantes, Cenp e a Associação Brasileira de Agências de Publicidade, têm sido receptivas sobre o projeto.

Premiações e concorrência

Uma das pautas abordadas é a participação em concorrências, muitas vezes restrita a grandes grupos: “O mercado de publicidade não funciona como uma concessionária, como na construção, em que agências se juntam. Isso acontece nos grandes grupos, que pinçam três ou quatro agências. Por que isso não pode acontecer com a gente? A colaboração é super saudável e rica”, aponta Alves.

Ainda para este ano, há o intuito de criar uma premiação que reconheça os negócios, avalie o desempenho durante o ano, bem como o crescimento em faturamento, receitas, novas contas e cases relevantes. O júri será composto por CMOs do mercado, para que, de fato, tenham contato com as agências, e a publicação dos vencedores deverá acontecer em formato de listas.

De acordo com o cofundador da Gana, a falta de visibilidade das agências independentes entre os anunciantes ainda se deve à falta de conhecimento. Recentemente, o Ad Age publicou uma matéria sobre as chamadas concorrências fechadas, limitadas a um grupo seleto de agências convidadas. As concorrências ainda rodam, em grande parte, em torno de recomendações, com grandes agências sendo selecionadas para as long lists.

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