Alex Bogusky volta em agência ?patriota?

Felipe Turlao
13 de julho de 2012 - 2h48

A notícia de que Alex Bogusky, ex-sócio e líder criativo da Crispin, Porter + Boguksy, está retornando à publicidade foi esclarecida pelo próprio, em entrevista por e-mail ao Advertising Age, e por reportagens da mídia norte-americana.

Bogusky presta consultoria e metade do seu tempo à Made Movement, agência recém-criada por três colegas de sua antiga agência: Dave Schiff, Scott Prindle e John Kieselhorst. Além de consultor, Bogusky financiou a empresa sediada em Boulder, onde segue vivendo, e que já tem três clientes. Recentemente, a agência lançou o projeto Made Collection, um site de e-commerce que negocia e oferece descontos em produtos manufaturados de origem norte-americana, inclusive gravatas.

A Made Movement se posiciona como uma empresa que pretende ir além da publicidade, retomando o discurso dominante nos seminários e premiações do Festival de Cannes deste ano, pelo qual as agências precisam apoiar causas. No caso, ela se foca em apoiar criadores de produtos manufaturados com origem nos Estados Unidos. “O vermelho, branco e azul são o novo verde”, afirmou Bogusky em um comunicado. Nas palavras do próprio site da agência, a Made Movement “é uma agência de marketing dedicada a dar apoio ao ressurgimento da manufatura nos Estados Unidos”. A agência informa que se a compra de produtos manufaturados aumentar em apenas 1% no país, isso acarretará na criação de 200 mil empregos. “A razão de acreditarmos nessa causa é que temos vistos muitos amigos e familiares sem emprego e com problemas. Não é um patriotismo cego”, esclarece Bogusky, ao AdAge.

O publicitário, que começou a carreira como diretor de arte na então Crispin and Porter Advertising em 1989, está retornando ao mercado dois anos após ter saído. A imprensa norte-americana revelou que ele estava preso à MDC Partners, dona da Crispin, por uma cláusula anti-concorrência que o impedia de entrar em outra agência.

Neste período, sua atividade mais conhecida foi a “Fearless Revolution”, empresa que defende a bandeira de um consumo responsável, e por meio da qual criou projetos como o talk show online “Fearless Cottage”. Mas Bogusky revela que ganhou até um Leão em Cannes nesse período. “Não sinto que tenha deixado o marketing e que isso é um retorno. A primeira ligação que recebi após deixar a MDC foi de Al Gore, que queria ajuda para reposicionar a imagem dos esforços sobre o clima. Tinha tudo a ver com publicidade e conquistamos uma Prata em Cannes neste ano. Sem contar que eu me envolvi em projetos de marketing com a Fearless, que serão lançados em breve. Parece que as pessoas enxergam isso como um retorno, o que é ótimo. E é muito bom se sentir bem-vindo de volta, sem contar que é mais formal”, relata.

Outro negócio de Bogusky pós-MDC é a Common, uma comunidade de criativos para desenvolver negócios especializados em sustentabilidade.

Seu grande desafio com a Made Movement é lidar com um mercado extremamente segmentado. Sobre isso, ele se declara pronto para enfrentar as barreiras naturais. “Eu sempre acreditei no sacrifício. Se você aparece para todos, provavelmente não vai perdurar para ninguém”, analisa.