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Diversidade é principal meta, diz CEO da Ogilvy

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Comunicação

Diversidade é principal meta, diz CEO da Ogilvy

John Seifert, que entrou na agência há 37 anos como estagiário, frisa seu compromisso com ?um ambiente em que todos se sintam confortáveis, tratados de maneira justa e respeitosa?


31 de março de 2016 - 8h30

Recém nomeado por Miles Young para o posto de CEO global da Ogilvy & Mather, John Seifert percorreu um longo caminho pelos corredores da agência mundo afora. Com uma trajetória de 37 anos na agência, Seifert acumula o novo cargo com o de presidente e CEO da Ogilvy América do Norte e, a partir de setembro, assume também o posto de chairman da companhia. Em visita recente ao Brasil – o País foi o primeiro destino internacional desde que assumiu o comando da agência –, o executivo conversou com o Meio & Mensagem sobre o valor criativo do escritório brasileiro e comentou sobre a importância de se ter um ambiente diversificado para o sucesso dos negócios da empresa.

Meio & Mensagem — Como é trabalhar na mesma agência durante 37 anos? O que o manteve na Ogilvy durante todos esses anos?

John Seifert — Eu tive um mentor muito bom. O David Ogilvy acreditava em identificar jovens talentos com potencial e mantê-los. Quando comecei na agência conheci profissionais sêniores que acreditaram em mim e me deram oportunidade para trabalhar em diferentes países, com diferentes contas. Trabalhei em quase todo tipo de categoria de negócios e sob diversos climas. Tive sorte em ter pessoas que gerenciaram minha carreira e, às vezes, isso significava fazer as malas e partir para algum lugar no qual eu não sabia se me sentiria confortável. Agora estou em uma posição na carreira onde todo meu foco é mapear pessoas jovens na companhia que hoje têm a ideia de permanecer na agência por cinco anos, no máximo. É um desafio fazer com que essas pessoas tenham o tipo de pensamento que eu tive, de que é possível ter uma longa e sólida carreira em uma só empresa. O engraçado é que sinto como se trabalhasse para várias empresas diferentes, pois lido com diferentes clientes e países.

M&M — A Ogilvy Brasil foi dos escritórios que mais contribuiu nos últimos anos para a performance da rede em prêmios. Esse objetivo de se manter vencedor em festivais de publicidade não tira o foco da agência do atendimento diário aos seus clientes, que precisam das estratégias que não necessariamente são pensadas para ganhar prêmios?

Seifert — Temos feito essa pergunta internamente na agência. Não estamos trabalhando para ganhar prêmios, mas para realizar trabalhos incríveis que construam a marca e o negócio do cliente. Sabemos que nosso melhor trabalho faz isso. É por esse trabalho que queremos ser reconhecidos. O Brasil ganhou prêmios por criações que impactaram muito os negócios de algumas de nossas maiores contas globais, como Dove e Coca-Cola. Temos clientes que querem fazer negócios com a gente por meio do mercado brasileiro. Não porque querem veicular o melhor trabalho no País, mas por desejarem o melhor trabalho. Por isso o País é importante, tem uma reputação no mundo inteiro. É algo muito estratégico para nós. Na América do Norte, por exemplo, o desempenho de trabalhos é inferior ao Brasil. Estamos usando o País como modelo para que os escritórios disputem entre si, é isso que estimula o sucesso da companhia. Há empresas que não se importam com o número de países que participam do processo, elas querem o melhor talento para resolver seus problemas, de qualquer parte do mundo. Quando conseguimos entregar isso, ganhamos como uma rede global. É uma estratégia que pretendo manter.

M&M — O Grupo WPP acabou de ser abalado por uma denúncia de assédio moral e sexual a um de seus principais executivos (Gustavo Martinez, que deixou o posto de CEO da JWT por causa do caso), e mesmo em menor escala não é difícil ouvir reclamações sobre o ambiente de trabalho hostil das agências de publicidade mundo afora. Como melhorar esse ambiente sem perder a velocidade que a indústria exige?

Seifert — Não posso comentar esse caso específico. Pessoalmente, nada é mais importante do que um ambiente em que todos se sintam confortáveis, tratados de maneira justa e respeitosa. Há algumas situações em que as pessoas se comportam de forma inadequada ou agem de maneiras que não condizem com sua crença ou valores, e é preciso ter mecanismos para resolver essas situações. Não é fácil, mas é algo que toda grande empresa deve descobrir como resolver. As pessoas não são perfeitas, cometem erros. Mas, ao mesmo tempo, é preciso fazer tudo para esclarecer quais são os valores, princípios e como a empresa vai propagá-los. Eu me juntei à Ogilvy porque acreditava que David representava os valores da minha família. Ele foi pioneiro na questão da diversidade e essa talvez seja minha maior responsabilidade. Todos esperam ser tratados de forma profissional e essa é a ambição que a Ogilvy sempre teve e que eu espero continuar mantendo.

A íntegra desta entrevista está publicada na edição 1703 do Meio & Mensagem, de 28 de março, disponível exclusivamente para assinantes nas versões impressa e para tablets Android e iOS

 

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