Comunicação

Grupo Newcomm tem nova divisão acionária

Entrada de Marcos Quintela para a sociedade e renovação de contrato de Roberto Justus trazem novas perspectivas à holding controlada pelo WPP

i 25 de julho de 2011 - 10h55

 Holding que engloba as agências Y&R — líder do ranking nacional —, Wunderman e Energy, além da empresa de pré-impressão e logística digital Ação, o Grupo Newcomm tem uma nova configuração acionária. Nos últimos meses, os emissários do WPP, controlador do negócio, estiveram em negociações com os dois principais executivos brasileiros do Newcomm, que, agora, têm novos contratos. Inicialmente, as tratativas envolveram Roberto Justus, CEO do Newcomm, que vendeu ao WPP metade das ações que tinha e assinou contrato de permanência na companhia por pelo menos mais cinco anos. Justus, que já era minoritário, aproveitou a renegociação de contrato e a valorização dos ativos brasileiros para vender parte de suas ações. Seu contrato anterior havia expirado em dezembro. Desde então, Justus passou a ter a opção de deixar a sociedade. Mas o WPP preferiu não correr este risco e aceitou comprar ações do empresário, em um momento em que elas estão em alta.

Concluída esta fase, a multinacional passou a cuidar da entrada na sociedade do Newcomm de Marcos Quintela, presidente da Y&R. O acordo final, assinado neste mês (conforme revelou a coluna Em Pauta na semana passada — veja aqui), inclui a compra de ações do Newcomm pelo executivo brasileiro e contempla objetivos das duas partes. O WPP garante a permanência por pelo menos mais dez anos do profissional, constantemente assediados por grupos concorrentes; enquanto Quintela entra para a sociedade e passa a participar das decisões estratégicas e dos resultados financeiros. Justus não tinha sócios em sua holding desde o trauma da cisão com Silvio Matos, em 2005.

Resolvida a questão societária, o Grupo Newcomm poderá discutir questões importantes para o seu futuro, como investimentos na área digital e possíveis fusões e aquisições. Um dos primeiros itens a ser analisado é a possível união das operações brasileiras da Grey, controlada pelo WPP, com a Energy, integrante do Newcomm. Muitas dúvidas ainda cercam as negociações, entre elas a definição de onde estaria alocada a operação resultante da fusão: se abaixo do Grupo Newcomm ou não. “Agora iremos nos dedicar aos planos futuros para que o grupo possa aproveitar a fase de crescimento da publicidade brasileira”, frisa Quintela, cujo foco principal de atuação continua sendo a presidência da Y&R. “Vamos intensificar ainda mais os planos de crescimento do Grupo Newcomm no Brasil”, promete Justus.

A entrada de Marcos Quintela para a sociedade da holding coroa a meteórica carreira do profissional, que ingressou no mercado publicitário apenas em 2004, como sócio da Maestro (posteriormente desdobrada na Pepper e na LongPlay). Quintela foi presidente da Maestro por dois anos, até o final de 2005, quando ingressou na Y&R como vice-presidente de atendimento e operações. Em 2008, foi promovido a diretor geral e conquistou o Prêmio Caboré de Profissional de Atendimento. Desde janeiro de 2010 assumiu a presidência da agência.

“Sempre tive uma vontade velada de entrar para a sociedade. Eu pensava: ‘se um dia tiver que ser sócio de uma agência, porque não da Y&R?’. Se a agência ganhasse ou perdesse clientes, como executivo não havia um reflexo direto nos meus rendimentos. E eu sempre quis tomar maiores riscos”, salienta Quintela, que vê o fato também como incentivo à nova geração de dirigentes do mercado publicitário brasileiro.

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