Comunicação

Após tarifa dos EUA, governo lança slogan “Brasil Soberano”

Em vídeo, governo destaca que País respeita suas leis e enfatiza que nação “não abaixa a cabeça para outros países”

i 14 de julho de 2025 - 15h31

Brasil Soberano

(Crédito: Reprodução)

“O Brasil é dos brasileiros e se escreve com S, de soberania”. Essa é a mensagem que o Governo Federal está publicando, em seu canal oficial das redes sociais, como uma resposta à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de taxar em 50% todos os produtos brasileiros que entrarem naquele país.

Neste domingo, 13, o Governo Federal divulgou um vídeo em que destaca que o Brasil é um “País independente, que respeita suas leis”.

Além do vídeo, o perfil do Governo Federal no Instagram também publicou o “Pack da Soberania Brasileira”, um conjunto de figurinhas de itens típicos brasileiros, como o vira-lata Caramelo, o cafezinho e a jogadora Marta, a fim de exaltar o orgulho pelo País. Veja abaixo:

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A iniciativa procura rebater os argumentos do presidente norte-americano que, em carta enviada ao governo brasileiro no último dia 9, declarou que a taxação tinha o objetivo de equilibrar a política comercial que os EUA consideram injusta e, também, citou que a medida era uma espécie de protesto em relação às investigações do Supremo Tribunal Federal.

A carta afirma que o relacionamento comercial com o Brasil é injusto por conta de barreiras tarifárias e não-tarifárias do Brasil. Adicionalmente, o presidente dos EUA ameaçou dobrar a tarifa caso Lula decida, também, aumentar tarifas sobre produtos dos Estados Unidos.

“Por favor, entenda que os 50% são muito menos do que seria necessário para termos igualdade de condições em nosso comércio com seu país. E é necessário ter isso para corrigir as graves injustiças do sistema atual. Como o senhor sabe, não haverá tarifa se o Brasil, ou empresas dentro do seu país, decidirem construir ou fabricar produtos dentro dos Estados Unidos e, de fato, faremos todo o possível para aprovar rapidamente, de forma profissional e rotineira — em outras palavras, em questão de semanas”, declarou a carta do governo Trump.

Ainda segundo a carta, a decisão se deve, em parte, por “ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres e à violação fundamental da liberdade de expressão dos americanos”, assim como ordens “de censura e ilegais”, multas e ameaça de expulsão às redes e plataformas sociais dos Estados Unidos. Além disso, o presidente afirmou que o julgamento do ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, pelo Supremo Tribunal Federal (STF) é uma “vergonha internacional”.

O Governo Brasil respondeu imediatamente à carta, por meio de um texto publicado no perfil do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

Ao mencionar as plataformas digitais, o presidente disse que “a sociedade brasileira rejeita conteúdos de ódio, racismo, pornografia infantil, golpes, fraudes, discursos contra os direitos humanos e a liberdade democrática” e que “no Brasil, liberdade de expressão não se confunde com agressão ou práticas violentas; para operar em nosso país todas as empresas nacionais e estrangeiras estão submetidas à legislação brasileira”.

Já sobre a balança comercial, Lula afirmou que “as estatísticas do próprio governo dos Estados Unidos comprovam um superavit desse país no comércio de bens e serviços com o Brasil da ordem de US$ 410 bilhões ao longo dos últimos 15 anos”.

E arrematou: “Neste sentido, qualquer medida de elevação de tarifas de forma unilateral será respondida à luz da Lei Brasileira de Reciprocidade Econômica”.

A nova taxa para os produtos brasileiros deve entrar em vigor no dia 1 de agosto e já está causando temor em setores do agronegócio e da indústria do País.