Comunicação

Como a Play2Shop pretende digitalizar o varejo brasileiro

Empresa prevê o fornecimento de infraestrutura, treinamento e capacitação, além de consultoria estratégica para varejistas de diversos portes

i 12 de dezembro de 2025 - 6h00

Na última quarta-feira, 10, o mercado deu as boas-vindas à Play2Shop, operação de live commerce de Gabriela Comazzetto e Paula Puppi, a primeira empreitada profissional de ambas desde que deixaram postos de liderança no TikTok e no WPP, respectivamente.

Play2Shop

Gabriela Comazzetto, ex-TikTok e CEO da Play2Shop, nova empresa do Grupo Dreamers (Crédito: Divulgação)

O negócio nasce com apoio, aceleração e recursos do Grupo Dreamers, integrando o ecossistema de 17 empresas das mais diversas disciplinas.

O vislumbre da oportunidade é fruto de experiência de cinco anos de Gabriela como diretora geral de negócios do TikTok, da chinesa Bytedance, para a América Latina. Na China, diz, metade da penetração é do e-commerce e destes, 40% já são associados ao live commerce.

A operação foi muito viabilizada pela entrada e crescimento que simplificam, humanizam e aliando o processo de compra ao entretenimento. É o caso do Kwai Shop; TikTok Shop, em maio; e mais recentemente, em outubro, o YouTube Shopping.

A empresa alia a tendência internacional ao potencial brasileiro para digitalizar o varejo brasileiro. Os serviços incluem o suporte para a disponibilização das lojas nas plataformas, integração de catálogo, definição de posicionamento, integração entre redes, capacitação de criadores, fornecimento de tecnologia e infraestrutura para a gravação de lives, entre outros.

“A Play2Shop nasce com o objetivo de diminuir e, se possível, até eliminar barreiras de entrada para o live commerce unindo infraestrutura, integração de plataformas, consultoria e capacitação para qualquer tamanho de negócio e também para qualquer vendedor”, diz. “Através de tudo isso, queremos acelerar a mudança de comportamento e de consumo da compra online no mercado brasileiro”.

Os passos iniciais incluem a construção de estúdios para lives em shoppings e varejo físico, espaços propícios para abordar lojistas e auxiliar na estruturação e transformação da equipe de vendas em criadores de conteúdo. A estratégia, explica Gabriela, também integra as jornadas de consumo on e offline, atraindo a curiosidade dos clientes não apenas via live commerce, mas também fisicamente.

Os primeiros estúdios deverão ser inaugurados no início de março. A ideia, segundo a CEO, é expandir para praças distintas além do eixo Rio-São Paulo, testando o comportamento e reação do negócio em praças distintas para eventual adaptação do modelo de negócio para escalar e gerar relevância para o varejo local, explica a CEO.

O planejamento da Play2Shop também prevê a presença em grandes magazines e festivais. Só o Grupo Dreamers, por exemplo, já detém Rock in Rio, Lollapalooza Brasil e The Town. A ideia é não apenas criar um canal de venda relevante para todo o portfólio do grupo, mas também para os anunciantes, patrocinadores e apoiadores dos eventos.

E além de apoiar as marcas, o estímulo da compra humanizada ajudará, segundo Gabriela, a diminuir o receio do brasileiro sobre o e-commerce. “As plataformas, tanto as redes sociais, quanto as de entretenimento, trazem uma nova modalidade, que é a compra por descoberta. Quando pensamos no varejo, aplicativos de e-commerce e marketplaces, temos muito o comportamento da compra intencional”, defende.

Apenas durante o período da Black Friday, o TikTok Shop registrou um crescimento de 129% no GMV em comparação com a data promocional de 10 de outubro. Já o live shopping – foco da operação da Play2Shop — cresceu 143%.