Projeto quer trazer mulheres negras para banco de imagens

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Comunicação

Projeto quer trazer mulheres negras para banco de imagens

Young, Gifted and Black propõe uma série de fotos com mulheres negras em diferentes contextos


10 de janeiro de 2018 - 14h24

Quem trabalha com mídias sociais e produção de conteúdo sabe que existem bancos de imagem com fotos para os mais variados contextos. Quem quiser utilizar fotos de pessoas negras, no entanto, verá que as opções são mais limitadas em relação às imagens de pessoas brancas. Um novo projeto traz a proposta de fornecer uma coleção de fotos de mulheres negras em diferentes atividades e ocupações. Batizado de Young, Gifted and Black, o projeto tem inspiração na música homônima da cantora Nina Simone, que embalou o movimento negro na década de 70. A proposta foi idealizada pela publicitária Joana Mendes, redatora com passagens em  agências como Artplan, Africa e LOV, e Gabrielle Estevans, jornalista e planejadora estratégica que já trabalhou com Danone, Nestlé, Natura e Bradesco, entre outras marcas.

 

Foto: Reprodução

Ela explica que o objetivo principal da iniciativa é colocar mulheres negras em posições cotidianas e inspiracionais. “Trabalho como redatora há mais de dez anos e vejo que quando comecei não existiam fotos que retratassem essas mulheres e nem a preocupação de colocar o negro em algum conteúdo. Ainda há barreiras hoje, muitas vezes a marca acha que vai ser feio ou que ‘essas pessoas jamais estariam fazendo isso ou aquilo’, mas já existe uma intenção”, diz ela.

As mulheres negras também serão as protagonistas nos bastidores de produção: ao todo, cerca de dez mulheres estão envolvidas diretamente no projeto, entre maquiadoras, produtoras de moda, fotógrafas e atrizes.

A proposta está em fase de captação de recursos até o dia 17 de janeiro através da plataforma de crowdfunding Catarse e já atingiu 70% do valor pretendido para sua execução. O objetivo é investir R$ 13 mil para a produção das fotos e remuneração das atrizes.

“A mulher negra está hoje na base da pirâmide social. Decidimos que vamos remunerá-las o máximo que pudermos, pois é a forma mais justa de trabalhar. O uso das imagens será totalmente gratuito para uso não-comercial, como posts no Instagram, redes sociais ou blogs”, acrescenta. O uso comercial, por parte de produtores de conteúdo e agências, poderá ser negociado por valores ainda não definidos.

Embora a proposta seja pontual, existe a possibilidade de expandir o projeto dependendo dos resultados da primeira coleção de fotos, que deve contar com pelo menos 20 imagens.

Galerias diversas

No Brasil e no mundo, algumas iniciativas tem buscado criar galerias de imagem mais diversas. A consultoria 65/10 e o coletivo Catsu Street lançaram em agosto de 2017 a plataforma Mulheres Invisíveis. Os bancos de imagem consolidados estão se adaptando às cobranças por diversidade: em 2014, a Getty Images iniciou uma parceria com a ONG LeanIn, comandada pela CEO do Facebook Sheryl Sandberg, para criar uma galeria de fotos com representações de mulheres em contextos empoderadores. Também parou de aceitar fotos retocadas de modelos em seu portfólio e tem feito parcerias com fotógrafos que retratem diferentes padrões estéticos.

 

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