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Camila Coutinho: influência que gera negócios no segmento de beleza

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Evento ProXXIma

Camila Coutinho: influência que gera negócios no segmento de beleza

No palco do Proxxima, influenciadora falou sobre as mudanças ao longo dos 20 anos em que trabalha com internet e o desafio de gerir sua própria marca


11 de junho de 2025 - 13h01

Camila Coutinho, CEO na GE Beauty e Garotas Estúpidas

Camila Coutinho, CEO na GE Beauty e Garotas Estúpidas (Crédito: Eduardo Lopes/Máquina da Foto)

O painel “Como o plágio fez nascer uma CEO”, com a participação de Camila Coutinho, CEO na GE Beauty e Garotas Estúpidas, moderado por Bárbara Sacchitiello e Sergio Damasceno, editores de Meio & Mensagem, destacou nessa terça-feira, 10, como a influenciadora, com 20 anos de experiência na internet, transformou uma situação de plágio no ponto de partida para empreender.

“Estava no comodismo quando vi uma marca de cremes para cabelo chamada Garota Estúpida, lá do Acre, crescendo com uma ilustração que parecia comigo. Foi o estalo que eu precisava”, contou, relembrando acontecimento de 2018.

O episódio foi o ponto de virada para o nascimento da GE Beauty, marca independente que já soma cinco anos, com cinco lojas físicas e vendas 100% centralizadas em seu e-commerce próprio. “Fui meu próprio venture capital. Fiz do meu jeito, do zero, e com foco em oferecer algo realmente novo para o mercado”, afirmou.

CEO da própria marca

Camila refletiu sobre os desafios de assumir a posição de CEO e destacou que não foi preparada para esse papel em um formato mais tradicional.

“Não fui CEO por opção e nem 100% preparada para esse cargo. Na minha vida, na minha casa, fui educada a enfrentar as coisas, mesmo quando não estivesse totalmente preparada, essa é uma característica minha. Vou aprendo, fazendo muitas coisas e sei me retirar quando percebo que também não sei fazer algo”, compartilhou.

“Então, hoje sou CEO porque preciso ser, mas não necessariamente me vejo nessa posição a longo prazo”, destacou.

Camila também destacou a importância de uma comunidade sólida para a sustentação da sua marca. Ela descreve seu público como “chique, educado, sólido, consistente e não frenético”, formado por pessoas inteligentes, com quem troca ideias e conselhos.

“Na GE Beauty a gente cria produtos para serem usados, amados e recomprados em primeiro lugar, não para gerar review. Porque hoje tem muita gente criando produto para viralizar. E tudo bem, acho ótimo se meu produto viralizar, mas o foco principal é entregar performance, cumprir o propósito para o qual ele foi criado”, comenta.

Segundo a influenciadora, essa base foi construída com calma ao longo de 20 anos, em um crescimento conjunto. Ela ainda ressalta que sua comunidade é mais calma e paciente do que outras, chegando a responder a problemas de produto como se fossem amigas, oferecendo sugestões de melhoria.

“Existe uma troca muito rica e acho que isso acontece porque construí essa comunidade com calma. Costumo dizer que sou meio Harry Potter: elas acompanharam a minha vida, cresceram comigo. Sempre faço essa analogia de que fui crescendo junto com elas. Por isso, acredito que é uma comunidade muito sólida”, falou.

“A minha marca também reflete isso, nesse sentido. Se eu quisesse fazer algo rápido, teria lançado um shampoo básico que promete resultados imediatos. Com certeza venderia muito mais, e muito mais rápido. Mas esse não é o caminho que eu escolhi”, completou.

Conteúdo com influência

Durante a conversa, Camila criticou o imediatismo das redes sociais e o excesso de conteúdo pasteurizado.

Para ela, a próxima grande virada do marketing de influência passa pelo pensamento de growth, pela autenticidade e pelo conteúdo autoral e longo.

Bárbara Sacchitiello, editora de Meio & Mensagem, Camila Coutinho, CEO na GE Beauty e Garotas Estúpidas e Sergio Damasceno, editores de Meio & Mensagem

Bárbara Sacchitiello, editora de Meio & Mensagem, Camila Coutinho, CEO na GE Beauty e Garotas Estúpidas e Sergio Damasceno, editores de Meio & Mensagem (Crédito: Eduardo Lopes/Máquina da Foto)

O influenciador que trouxer pensamento crítico e conseguir viver experiências fora do algoritmo vai se destacar.

“Sou muito a favor do pensamento crítico, de não desviar do foco do gosto pessoal, de construir nosso próprio gosto, viver experiências offline, sair do algoritmo que só traz passado, o que a gente gostou um dia para poder construir e enxergar o futuro”, disse.

“Porque, se ficarmos só no ambiente online, acabamos vivendo apenas do passado. Então, acredito que o influenciador que trabalhar o pensamento crítico e entender sobre humanidade e comportamento ao seu redor vai sair ganhando”, completou.

A empresária também abordou as mudanças no consumo digital, especialmente entre as gerações mais jovens, que, segundo ela, “são muito críticas e informadas e talvez até mais preocupadas em parecer autênticas do que realmente ser”.

Ela aposta na fragmentação do consumo e no surgimento de microcomunidades protegidas, longe do julgamento das redes.

Encerrando o painel, Camila revelou seus próximos passos: o desejo de um novo livro, a produção de um documentário sobre seus 20 anos de carreira e a vontade de mostrar seu lado mais comunicadora.

“Enquanto eu estiver feliz fazendo, está valendo. Quando não estiver mais, eu mudo a rota”, finalizou.

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