Após vídeo do Clube de Criação, W+K anuncia medidas antirracismo

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Comunicação

Após vídeo do Clube de Criação, W+K anuncia medidas antirracismo

Criadora da campanha que gerou críticas esta semana, agência anuncia parceria com consultoria focada no público negro, além de medidas para ampliar inclusão


3 de setembro de 2021 - 18h24

Após receber muitas críticas, campanha foi retirada do ar (Crédito: Reproduçao/Twitter)

Agência responsável pela campanha publicitária do Festival do Clube de Criação, que foi tirada do ar nessa quarta-feira, 1, após receber críticas de várias pessoas e profissionais de diferentes empresas da indústria da comunicação, a Wieden+Kennedy São Paulo anunciou no fim da tarde desta sexta-feira, 3, uma série de medidas que visam combater o racismo estrutural e ampliar a inclusão de profissionais negros no quadro da agência.

O comunicado da agência destaca que reconhecer o erro e pedir desculpas não será suficiente enquanto não reconhecer a necessidade de se transformar para parar de repetir os mesmos erros. “Erramos, sentimos muito e reforçamos nosso compromisso em mudar. Não há outra forma possível de encarar o que fizemos, muito menos o que causamos. Tirar do ar era o mínimo. Pedir desculpas, necessário. Transformar, urgente. E, principalmente, reconhecer que nada disso será suficiente enquanto não pararmos de repetir erros.”, declara.

Esse trabalho será feito, segundo a W+K São Paulo, em parceria com o Estúdio Nina, uma empresa de pesquisa de mercado focada no entendimento do público negro. Essa avaliação será feita pela metodologia Sondagem Racista, de propriedade da consultoria, realizada com estudiosos da questão racial, de diferentes áreas. Segundo a agência, ainda não foi definido exatamente o início da atuação da consultoria nos trabalhos da agência mas a ideia é que um comitê do Estúdio Nina, formado por pessoas de diferentes áreas – e de fora da agência – avaliem os projetos que serão lançados pela agência a fim de identificar possíveis problemas e abordagens preconceituosas ou enviesadas nas mensagens.

O episódio também levou a agência a revisar seus planos de inclusão. Segundo a empresa, atualmente 28,32% de seus colaboradores se declaram negros e a meta é elevar esse número para 37% em 2022, pois, diz a agência, esse é o percentual da população negra da cidade de São Paulo, de acordo com o último censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A W+K também anunciou alguns programas internos para suas lideranças, como uma mentoria de longo prazo a todos os líderes, que será concebida e realizada pelo Instituto Formação Antirracista. “Por meio da sensibilização ao tema e do letramento étnico-racial, iremos fomentar e fortalecer uma cultura organizacional antirracista capaz de, progressivamente, se expandir e impactar positivamente colaboradores, clientes, parceiros e sociedade como um todo”, promete a agência.

Outro programa anunciado pela empresa é um workshop para criativos, elaborado pela Plataforma Semiótica Antirracista. A W+K também anuncia que promoverá treinamentos contínuos para toda a agência e criará comitês e canais de comunicação anônimos para que os colaboradores possam trocar e manifestar opiniões abertamente.

Campanha deletada
A peça publicitária que levou a essa manifestação da W+K foi elaborada pela agência para divulgar a edição deste ano do Festival do Clube do Criação. O filme listava diversos momentos Históricos, começando pela Inquisição e passando por escravidão nos Estados Unidos, Guerra Civil Espanhola, Segunda Guerra Mundial e outros, terminando com a abordagem da Covid-19, tratando tais episódios como “crises”. Após mostrar cada um desses acontecimentos, eram destacados movimentos artísticos ou culturais que teriam sido originados a partir desses episódios, como o Renascimento, o surgimento do Blues e a obra Guernica, do pintor Pablo Picasso.

Assim que o filme publicitário começou a circular, profissionais de diferentes áreas da comunicação criticaram a relação entre a suposta inspiração criativa surgida após acontecimentos tão trágicos e cruéis para a humanidade, sobretudo em relação à escravidão. Além de relacionar o Blues como uma criação resultante do período da escravidão nos Estados Unidos, o vídeo também traçava um paralelo entre o movimento Black Power como um “resultado criativo” frente à organização supremacista Ku Klux Klan.

Horas depois da repercussão, o Clube de Criação e a agência tiraram a campanha do ar e publicaram, nas redes sociais, um comunicado em conjunto pedindo desculpas. ““Hoje, o Clube de Criação e a Wieden+Kennedy divulgaram um novo filme em suas redes. Tão logo as reações negativas surgiram, entendemos o quão imprópria a mensagem é – por isso decidimos retirá-lo imediatamente do ar. Pedimos as mais sinceras desculpas”. O filme foi retirado do ar pela agência e pelo veículo, mas chegou a ser repostado nas redes sociais por outras pessoas. Veja:

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