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Cause indica as 21 causas para observar em 2021

Estudo evidencia as demandas mais urgentes da sociedade brasileira para que as empresas, organizações e marcas fiquem atentos


7 de maio de 2021 - 6h02

Levantamento realizado pela Cause quer engajar pessoas para melhorar o mundo (Crédito: Divulgação)

O estudo “21 causas para observar em 2021”, realizado pela Cause, evidencia as demandas mais urgentes da sociedade brasileira para que as empresas, organizações e marcas fiquem atentos, seja para abordar as temáticas ou para se preparar para ajudar nesses problemas. O levantamento pode ser baixado no site da organização e apresenta dados, contexto e nomes que devem ficar em evidência, além de dividir os tópicos em 12 áreas: investimento em saúde pública e pesquisa, acesso a educação de qualidade, soberania alimentar, atenção à primeira infância, moradia digna, meio ambiente, defesa da democracia, defesa das populações minorizadas, antirracismo na prática, combate à desigualdade e à violência de gênero, acesso a um ambiente virtual seguro e combate a precarização do trabalho.

De acordo com o cientista político e sócio fundador da Cause, Leandro Machado, algumas das questões são mais fáceis de serem aderidas do que outras, por dois motivos: as empresas acabam se aproximando das temáticas que mais têm a ver com seus nichos e algumas das causas são mais delicadas e espinhosas de serem abraçadas. Porém, neste segundo caso, ele comenta que é também dever da sociedade e dos veículos de comunicação trazê-las para o centro dos debates e cobrar as empresas em ajudar estes problemas, pois também são urgentes. 

Apesar da pandemia do novo coronavírus ter impactado cada um dos tópicos listados, muitos deles são problemas que já estavam em um estado crítico desde 2010. Porém, ela agravou essas questões e junto com a crise econômica as deixou ainda mais evidentes: o desemprego cresceu, a violência doméstica e a fome aumentaram e as desigualdades sociais foram ainda mais escancaradas, agravando a situação de grupos socialmente vulnerabilizados. O estudo levanta questões urgentes da sociedade, porém, essas são causas que precisarão de tratamento a longo prazo por suas complexidades e pelo agravamento destes anos de isolamento social, como a fome, o saneamento básico e a educação.

Esses questões básicas floresceram agora por conta da pandemia, mas elas já vinham emergindo desde 2013, onde se cobravam melhoras de serviço para um padrão Fifa. Aí tivemos um tsunami que foi a crise econômica, depois um meteoro que é a crise da Covid e essas questões básicas continuam aí, agora mais cristalizadas, porque fica evidente o que precisamos: segurança, casa, escola, esgoto, água etc. Algumas destas estamos começando a destravar agora como o saneamento, porém, isso levará vinte anos e outras não sabemos nem por onde começar, que é o caso da educação federal que está acéfala há dois anos.”

Segundo a pesquisa, o Brasil enfrenta o momento mais crítico já vivido em relação à fome e ao saneamento básico com 125,8 milhões de pessoas, mais da metade da população do País, em situação de insegurança alimentar, que é quando não sabem o que ou se comerão na refeição ou no dia seguinte, e 100 milhões de pessoas sem saneamento básico, o que equivale a 48% da população brasileira. Machado diz que por conta disso, esses dois pontos deveriam ser as prioridades básicas das entidades.

“A questão sanitária e a da fome são duas que as empresas têm que atender, não é nem algo a mais a se fazer. A empresa está seguindo todos os protocolos? Está colocando em home office todo mundo que pode estar em home office? Está apoiando, olhando pra comunidade dela? Está verificando se na comunidade estendida dela tem gente passando fome ou não? Esse é o básico do básico, essas são as causas que as empresas deveriam estar olhando agora. Estou contribuindo para espalhar o vírus ou me preocupando com as pessoas? Todos estão se alimentando? Temos outras questões como emprego etc., mas a fome não espera”, pontua o sócio fundador. 

Modernização da saúde
Para além de questões problemáticas, a pesquisa aponta a preocupação com a saúde mental e o surgimento da telemedicina como pontos positivos a serem observados e que provavelmente crescerão, fortalecendo até o SUS. Os problemas emocionais aumentaram na pandemia e o Brasil e a maioria dos países gastam menos de 2% da pasta da Saúde com cuidados mentais, mas 89% das nações dizem que aumentarão o orçamento como resposta à pandemia. Após vazamento de informações em 2020 de que a pasta planejava encerrar atendimentos de saúde mental no SUS, o governo liberou R$ 99 milhões para a área.

Já com relação a telemedicina, 55% dos brasileiros afirmaram já ter realizado alguma consulta por meio de plataformas digitais e 46% pretendem continuar com as consultas virtuais, mesmo depois que a vida e o convívio social voltem ao normal. Apesar de ser um formato em crescimento e de ter sido criado o TeleSUS, enquanto 62% dos brasileiros com planos de saúde já se consultaram virtualmente, apenas 37% dos dependentes do serviço público de saúde fizeram o mesmo, sem contar que 47 milhões de brasileiros não tem acesso a internet.

Acho que a pandemia é revolucionaria, não no sentido de ficará tudo a mil maravilhas, mas o impacto da Covid-19 afetará muito a área da saúde. Na área pública, com a percepção da sociedade brasileira sobre o papel do SUS, será muito difícil alguém querer desmontar esse sistema. Mas por outro lado, você tem essas questões da telemedicina, que são oportunidades que vem por conta dessa hiperdigitalização que aconteceu muito rapidamente, mas também temos efeitos concretos que vamos ter que lidar que não são benéficos como a questão do acesso”, comenta Machado. 

**Crédito da imagem no topo: Champc/iStock

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