O perfil e os desafios dos empreendedores das favelas

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O perfil e os desafios dos empreendedores das favelas

Pesquisa da Digital Favela e Data Favela apontam que 41% dos moradores das comunidades ja empreendem; iniciativa privada pode impulsionar negócios


11 de agosto de 2022 - 6h00

Driblar a falta de oportunidades no mercado formal de trabalho e conseguir uma renda para sustentar a família são, de forma geral, as principais razões que norteiam o empreendedorismo entre os moradores de favelas do País.

 

Leidiane Sousa, empreendedora da favela do Capão Redondo, em São Paulo, uma das participantes da pesquisa (Crédito: Divulgação)

Uma pesquisa encomendada pela Digital Favela e realizada pelo Data Favela, que ouviu moradores de comunidades de todo o Brasil, apontou que 41% dos moradores de comunidades já abriram um negócio próprio enquanto 54% afirmam que recorrem a bicos ou horas extras para complementar a renda de cada mês.

Entre os empreendedores das favelas, a necessidade ainda é o principal motivo pelo qual decidem abrir um negócio: entre aqueles que já empreendem, 57% afirmam que o fizeram por conta da falta de oportunidades em encontrar um emprego com carteira assinada. Entre aqueles que empreendem nas favelas, 22% assumem que o negócio já se tornou sua principal fonte de renda.

Marketing boca-a-boca

A pesquisa apontou também a importância da internet e das redes sociais para esses empreendedores: 58% dizem que usam a internet como fonte de informação a respeito da atividade que exercem e também dependem da conexão para divulgar seus serviços. As redes sociais são citadas por 76% como o canal que utilizam para promover e divulgar seus negócios.

No empreendedorismo das favelas, a indicação ainda é a forma de marketing que mais se sobressai. O tradicional “boca-a-boca” foi citado por 56% dos entrevistados como a forma de divulgação de seu trabalho.
A influência, no entanto, tem peso importante nesse segmento: 88% dos moradores de favelas dizem que confiam nas indicações e recomendações feitas por pessoas da própria comunidade. O peso da confiança é muito maior do que o de recomendações feitas por pessoas famosas (12%).

Informalidade

Refletindo um cenário bem comum entre os empreendedores brasileiros, as pessoas que criam seu próprio negócio na favela também têm dificuldades de legalizar sua atuação. Cerca de 63% dos empreendedores entrevistados não possuem CNPJ. Isso acaba trazendo problemas para várias situações, como o acesso ao capital para condução dos negócios, citado por 49%. Já 25% apontam a falta de acesso a equipamentos adequados enquanto 14% apontam como dificuldade a realização da gestão financeira do empreendimento.

Questionado a respeito de como a iniciativa privada, de modo geral, pode colaborar com os empreendedores das favelas, Guilherme Pierri, sócio e co-CEO da Digital Favela, junto com Celso Athayde, diz que há muitas ações possíveis e necessárias que podem dar suporte a esse movimento. “Especialmente aquelas que oferecem algum tipo de subsídio a novos empreendedores e facilitam o desenvolvimento de projetos embrionários, como acesso a crédito, consignação de produtos e, numa esfera ainda mais simples, contratando seus serviços nos mesmos formatos de qualquer outro fornecedor”, exemplifica.

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