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NFTs: infinitas possibilidades para marcas e veículos

Especialistas alertam que estamos vivendo o hype dos tokens não fungíveis e que, portanto, é preciso se posicionar da forma correta para conseguir continuar colhendo frutos com a ferramenta no futuro


16 de setembro de 2021 - 6h00

Recentemente temos visto uma série de marcas, artistas e veículos aderindo ao mundos dos NFTs. Apesar de terem sido criados em 2012, os tokens não fungíveis ganharam os olhos da mídia em 11 de março deste ano, quando uma obra totalmente virtual do artista digital Mike Winkelmann, conhecido como Beeple, foi vendida por US$ 69 milhões na Christie’s, uma das casas de leilão mais famosas do mundo. De lá para cá, marcas, como NBA, Pringles, Atari, Nissan, Ambev e SBT, encontraram nos NFTs uma forma de criar ainda mais valor para seus produtos e serviços.

 

NFTs fornecem possibilidades ilimitadas às artistas, marcas e veículos de comunição (crédito: Niphon Subsri/shutterstock)

Por se tratar de um certificado digital de autenticidade, que através de uma tecnologia de blockchain desenvolvida dentro do sistema de criptomoedaos consegue validar propriedades de arquivos digitais, os NFTs fornecem possibilidades ilimitadas às artistas, marcas e veículos de comunicação que querem atribuir um valor de originalidade à algo. “Hoje em dia falamos muito sobre as marcas terem engajamento legítimo com os consumidores e isso é uma ótima maneira, porque você pode pegar um aspecto icônico da sua marca, por exemplo, e tokenizar aquilo. Então, a partir daquilo se cria uma coisa única”, afirma Erik Debatin, especialista de canais e social commerce da Ogilvy Brasil.

Uma pesquisa recente da The Harris Poll e R&CPMK descobriu que 47% dos consumidores familiarizados com NFTs nos Estados Unidos estão interessados ​​em marcas que os oferecem como um produto comercial. E foi isso que a Ambev fez. Nesta quinta-feira, 15, a cervejaria Goose Island, da Ambev, anunciou que vai lançar a safra 2020 da sua Bourbon County Stout  com uma ação que utiliza a tecnologia. Segundo a companhia, serão disponibilizadas 100 unidades das NFTs no Brasil e, quem as garantir, receberá também uma NFT do rótulo, em parceria com a NFTrend, marketplace brasileiro focado em tokens não-fungíveis. A venda da cerveja, que custa R$ 180, será realizada na própria plataforma, numa página exclusiva da cervejaria.

Debatin ainda reforça outro caráter interessante dos NFTs para as marcas: eles são digital, mas podem ser atrelados a algo físico. “Existe uma possibilidade muito grande das marcas conseguirem atrelar um valor extra junto com o NFT”, reforça. Um exemplo disso foi o que a Nissan fez recentemente. Ao comprar a versão especial do Nissan Kicks, batizada de XPlay, que custa R$ 122.990, o comprador também leva um certificado NFT para uma obra de arte digital.

Para Caroline Nunes, CEO da InspireIP, empresa responsável por transformar parte do acervo de imagens do SBT em NFTs, estamos vivendo um momento de hype dessa tecnologia, mas uma hype necessária. “As marcas que entram agora pegam essa hype, chamam a atenção por estarem usando NFT. Então, puramente por elas usarem NFT já chamam muito a atenção do mercado, já mostram que elas possuem um caráter muito inovador e já estão dois passos à frente das outras marcas”, ressalta. Entretanto, a CEO afirma que os tokens não fungíveis têm um potencial muito maior do que só marketing puro. Segundo ela, por meio dessa tecnologia é possível transacionar experiências e movimentar o mercado secundário. “O NFT faz com que o criador original continue recebendo com a revenda no mercado secundário, ou seja, quanto mais se movimenta o mercado de NFT mais o criador original vai receber de porcentagem”.

Riscos

Por ser uma tecnologia relativamente nova e que é apoiada por criptomoedas, que são notoriamente voláteis, o mercado de NFTs não é o mais estável, ou seja, variações de preços podem alterar o valor dos NFTs. Além disso, é uma tecnologia que não é muito acessível ao público em geral, que não está familiarizado com criptomoedas e carteiras digitais.

Justamente por essa instabilidade, João Silva, coordenador de conteúdo da MField, entende que o maior risco para uma marca entrar nesse universo é a espera de uma riqueza e de grandes cifras milionárias de forma fácil. “Fazer só por fazer é um problema, mas encaixado em uma narrativa pode fazer muito sentido”, reforça. Nesse primeiro contato com o mundo dos tokens não fungíveis, Caroline Nunes, CEO da InspireIP, alerta que as marcas precisam procurar uma plataforma que dê uma segurança jurídica e que tenha uma boa estrutura de termos de uso, política de privacidade, para que o usuário saiba muito bem o que ele está comprando. “Tem que ter um apoio jurídico, porque a marca tem que saber que não é tudo que ela pode transformar em NFT”, diz.

Outro problema enfrentado pelos NFTs e criptomoedas é o alto impacto ambiental que essas tecnologias têm. Segundo Erik Debatin, especialista de canais e social commerce da Ogilvy Brasil, hoje em dia, as duas principais criptomoedas ligadas ao NFT, bitcoin e ethereum, sofrem critícas pela questão do consumo energético. Pensando nisso, recentemente, a ethereum anunciou que sua plataforma receberá uma atualização que promete a redução do consumo de energia. “Uma solução para tentar não correr esse risco é escolher uma criptomoeda que tem mais foco em sustentabilidade”, ressalta Debatin.

Democratização

Por ainda ser uma tecnologia nova para a maioria das pessoas, Caroline entende que as marcas precisam ter esse caráter educacional. “Elas precisar falar o que é NFT. As pessoas precisam saber o que vão comprar. Elas precisam saber o que está por trás do NFT, o que elas estão comprando, e isso acredito que é muito o dever das marcas, porque elas têm um poder de influência. NFT é uma revolução cultural. E revolução cultural não chega se você não torna a tecnologia acessível ao público, se o público não entende a tecnologia”, explica.

Para Debatin e Silva, coordenador de conteúdo da MField, os NFTs abriram uma conversa sobre descentralização dos direitos de propriedade intelectual. “O NFT tem uma premissa de democratização. Quando falo de descentralização é tirar dos velhos ciclos econômicos de quem sempre deteve arte e a produção de arte”, comenta Silva, reforçando que o NFT é um meio e não um fim. “Por enquanto está tendo um problema de ser o hype pelo hype, de usar ele enquanto fim e não enquanto um meio. O NFT não tem que ser só o NFT, ele tem que ser a arte antes”.

Debatin acredita que os NFTs vão se popularizar com adesão das grandes marcas, que já são conhecidas na cultura local. Porém, entende que o uso do NFT como uma forma de tokenizar as coisas é ainda um uso inicial da tecnologia. “No futuro, a tendência é que as marcas passem a fazer coisas únicas para NFT, que vão ter mais a ver com o ambiente, que vai ser nativo digital”, prevê. Para Gabriel Lima, COO da MField, “quando esse hype passar e os NFTs continuarem, as pessoas que se posicionaram da forma correta vão conseguir continuar trabalhando e colhendo frutos sobre isso”.

*Crédito da imagem no topo: Ivanastar/iStock

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