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Opinião

Cursos digitais: oportunidade para as marcas

Muitos têm aproveitado o tempo em casa para se especializar e desenvolver habilidades


19 de março de 2021 - 12h38

(Crédito: J. Kelly Brito/ Unsplash)

Numa época em que o distanciamento social e a quarentena fazem parte da nossa realidade diária, muita gente tem aproveitado o tempo em casa para se especializar e desenvolver habilidades. Por estes motivos, o infoproduto que mais cresceu com a pandemia foram os cursos digitais.

Não importa a área de atuação (Economia, Finanças, Educação, Marketing, Desenvolvimento Humano, Negócios. Não importa também o perfil do professor (empresários, executivos, acadêmicos, filósofos, dramaturgos, diretores, jornalistas e até atores e celebridades). Impulsionados pela pandemia, os cursos online chegaram para ficar.

Tanto pela praticidade de realizá-los em qualquer lugar, como pela comodidade de assisti-los a qualquer momento e, não menos importante, pelo boom do uso das plataformas de videoconferência (Zoom, Teams, Meet, dentre outras) que, por força das circunstâncias, se inseriram na vida das pessoas (físicas e jurídicas), quebrando possíveis barreiras, medos ou preconceitos com a interação online – abrindo espaço para a consagração do E-Learning.

A verdade é que os cursos à distância – em especial os cursos livres e de extensão – já vinham em constante desenvolvimento antes mesmo da pandemia, que apenas antecipou e acelerou a sua consolidação. Já é consenso – mesmo nas escolas e universidades – que não existe a possibilidade de o formato de ensino voltar a ser exatamente como antes.

Com toda sociedade mais digitalizada do que nunca e totalmente familiarizada com a comunicação por vídeo abriu-se a possibilidade de criação de cursos para toda e qualquer temática: sejam elas generalistas, segmentadas, comportamentais ou absolutamente técnicas.

Uma das maiores referências em cursos online do mundo é a MasterClass. Com a promessa de aproximar as pessoas dos seus maiores ídolos através da aprendizagem, a startup californiana oferece aulas ao vivo e pré-gravadas com celebridades sobre suas profissões.

Com uma assinatura mensal, é possível aprender tênis Serena Williams, culinária com Wolfgang Puck, rimas e composição como Usher ou Moda e Gestão com a icônica Anna Wintour. Em junho de 2020, a startup MasterClass arrecadou U$100 milhões numa rodada de investimentos de série liderada pela Fidelity Management & Research Company.

E os números são superlativos no Brasil também. Segundo o INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), cerca de 1,7 milhão de brasileiros se inscreveram em cursos online em 2020.

Até agora, os temas mais em alta por aqui são Alimentação, Vida Saudável, Pets, Negócios e Carreira, mas este é apenas o começo, afinal, uma imensidade de habilidades (incluindo hobbies), podem ser facilmente transformadas em aulas digitais. Basta encontrar um porta voz com carisma e credibilidade, produzir conteúdo de qualidade e encontrar um formato atraente e minimamente interativo, tornando a experiência online agradável, engajadora e o mais humanizada possível.

Quem souber aproveitar essa onda e oferecer conteúdo de qualidade levará vantagem sobre os concorrentes, criando receita escalável para seu negócio e, ainda, uma nova estratégia de relacionamento com seus consumidores.

A Faber Castell, por exemplo, vem utilizando os cursos online para posicionar-se como marca inovadora, empreendedora e pioneira no segmento de educação. Com mais de 930.000 membros na comunidade e 25 cursos, a marca oferece lições que vão desde o Design Thinking, passando por Lettering até Mangá. Alguns combos e descontos também são oferecidos e agradam tanto os adultos quanto as crianças. Com isso, geram conteúdo que estimula a criatividade dos alunos ao mesmo tempo em que reforçam a ideia da marca em incentivar as pessoas a expressarem suas ideias.

Reconhecida no ano passado pelo 17º ano consecutivo como a marca #1 da indústria do entretenimento pelo ranking anual da Fortune das “marcas mais admiradas do mundo”, a Disney certamente não deixaria de entrar neste movimento também. No Brasil, em parceria com a organização sem fins lucrativos americana Khan Academy, a marca lançou um curso gratuito para brasileiros nas áreas de tecnologia, matemática, ciência e artes. Com foco em adolescentes dos 11 aos 18 anos o curso chamado de Imagineering in a Box já conta com 32 aulas dadas pelos designers da Disney, também conhecidos como “imagineers”.

Assim como a Faber Castell e a Disney, marcas de todo e qualquer segmento podem facilmente aportar autoridade e know-how em cursos que fortalecem o vínculo com seus consumidores e ainda contribuem positivamente para a sociedade.

Uma instituição financeira pode, por exemplo, realizar um curso sobre educação financeira destinada à classe C. Uma empresa de tecnologia pode oferecer cursos de programação para jovens da periferia. Uma marca de cosméticos pode oferecer cursos de formação para maquiadoras profissionais.

O céu é o limite. Basta ter empatia e sensibilidade para identificar as principais necessidades das pessoas que se relacionam com a sua empresa, fazendo a ponte com o que ela detém de conhecimento relevante, profundo e genuíno.

*Crédito da foto no topo: Josh Rose/ Unsplash

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