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Opinião

O tempo não para

Resistindo à pandemia e a seus efeitos há mais de dois anos, indústria atravessa período que mudou a história da humanidade e transforma o olhar para o futuro do consumo, do trabalho, do conteúdo e da publicidade


25 de abril de 2022 - 11h17

Crédito: Shutterstock

A sensação de que o mundo se transforma hoje com mais rapidez do que ocorria no passado é dominante entre nós. Não é por menos, o avanço tecnológico e seu impacto nos nossos hábitos são palpáveis, fáceis de perceber. O curioso é que, na realidade, o movimento de rotação da Terra está desacelerando, mesmo que de forma imperceptível — geofísicos calculam que a duração média de um dia aumenta a uma taxa de 1,8 milissegundo a cada século (um “ganho” de um minuto a cada 3,3 milhões de anos).

Como são poucos os cronometristas do mundo e no breve espaço de uma vida humana os dias e noites parecem mesmo ser sempre iguais, ficam — perigosamente — diluídos os impactos de nossas ações. Catástrofes globais como a da Co-vid-19 são também um chacoalhão que nos alerta para a necessidade de cuidado com a preservação da espécie e para a retomada de consciência sobre causas e efeitos de nossos atos.

Resistindo à pandemia e a seus efeitos há mais de dois anos, atravessamos um período que mudou a história da humanidade. Embora o mundo ainda esteja longe de vencer a doença, o efeito positivo da vacinação, a conscientização de grande parte da população sobre os riscos e métodos preventivos e o conhecimento adquirido para os tratamentos alimentam a esperança de que o estado de pandemia esteja próximo do fim, assim como nutrem a expectativa por uma nova fase de convivência com a Covid-19, que poderá tornar-se uma doença endêmica.
Independentemente da imprevisibilidade que cerca situações como esta, a indústria de comunicação, marketing e mídia olha para o futuro de forma diferente do que fazia há dois anos. Aprendizados, mudanças de comportamento e adoção irreversível de outros hábitos instalam novos ambientes nos mercados de construção de marcas, criatividade, entretenimento, cultura, comércio e consumo de produtos e serviços. As relações pessoais, profissionais e comerciais estão sendo construídas sob premissas diferentes das de antes, abrindo espaços para modelos alternativos até então incipientes e para a prática — e, consequentemente, maior cobrança da sociedade — de conceitos como o expresso pela sigla ESG (governança ambiental, social e corporativa) e os de diversidade e inclusão no mercado de trabalho.
Para debater esse novo olhar, esta edição de aniversário de 44 anos de Meio & Mensagem publica reportagens especiais, artigos e entrevistas que abordam as transformações sob quatro temas principais: o consumo, o trabalho, o conteúdo e a publicidade. Para nos ajudar nessa caminhada, que ocupa as páginas 64 a 106, quatro autores convidados expressam seus pontos de vista, cada um sobre sua especialidade: Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva; Alexandre Pellaes, professor da Fundação Dom Cabral e PUCRS e fundador da Exboss. com.br; Nani Freitas, CEO da Endemol Shine Brasil; e Andrea Siqueira, vice-presidente executiva de criação da FCB Chicago. O conteúdo se completa com entrevistas com o ator e diretor Lázaro Ramos; o criativo Greg Hahn, fundador da Mischief, que, com menos de dois anos de vida foi alçada ao topo do AList, do AdAge; e Anitta, a artista brasileira mais internacional e influente da atualidade, personagem da seção Entrevista Coletiva, das páginas 108 a 111, que entre o primeiro e o segundo shows que fez no festival Coachella, nos Estados Unidos, encontrou tempo para responder, na semana passada, perguntas feitas por personalidades e líderes do mercado convidados por Meio & Mensagem, como Pabllo Vittar, Luiza Trajano e Luciano Huck.

Ainda no contexto de discussão de tendências e contratendências, esta edição traz entrevista com o advogado, professor e apresentador Ronaldo Lemos, nas páginas 10 e 11, e a estreia de mais uma articulista entre os nossos colaboradores fixos: Chiara Martini, diretora de estratégia criativa na The Coca-Cola Company, na página 14.
É um combo que reforça a constatação de que a indústria brasileira de comunicação, marketing e mídia enfrenta a retomada mais híbrida, veloz, atenta e engajada.

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