Atlético Paranaense recebe multa, mas defende ação da Uber

Bárbara Sacchitiello
27 de julho de 2018 - 15h15

Goleiro Santos usou celular antes de jogo para em ação da Uber para alertar sobre segurança no trânsito (Crédito: Reprodução)

No dia 13 de maio, o Atlético Paranaense recebeu o Atlético Mineiro na Arena da Baixada, em Curitiba, para uma partida válida pelo Campeonato Brasileiro. Antes do apito inicial do árbitro, o comportamento do goleiro Santos chamou a atenção. O atleta pegou um celular e começou a mexer no aparelho, como se estivesse alheio à partida que começaria.

No dia seguinte, o próprio clube deu uma explicação: a atitude de Santos fazia parte de uma ação de marketing promovida pela Uber, para chamar a atenção sobre comportamentos imprudentes no trânsito. A ideia era mostrar que, tal como Santos se distraiu no campo, fazer uso do aparelho enquanto se está ao volante pode ser algo muito perigoso. A ação foi idealizada pela agência Tech and Soul.

Mais de dois meses depois, a ação da Uber voltou a repercutir por ter gerado uma multa ao clube paranaense. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) interpretou que a ação descumpriu o código brasileiro de Justiça Desportiva e multou o Atlético Paranaense em R$ 50 mil. Como punição, o goleiro Santos também terá de cumprir suspensão em um jogo.

O time de futebol respondeu à decisão judicial com um vídeo postado nas redes sociais em que compara o valor da multa de trânsito pelo uso de celular ao volante (R$ 293,47) à multa recebida, destacando o fato de que teria sido punido por algo que, em sua visão, ajudou a salvar vidas. O clube termina o vídeo com a frase “A gente faz a nossa parte”. Veja o vídeo:

Procurada para comentar sobre o desdobramento da ação, a Tech and Soul, agência responsável pela ação, disse que o clube já calculava o risco que a iniciativa poderia trazer. “Qualquer ação grande como essa, que corre o mundo e traz muita visibilidade, contém riscos. Saber sobre eles e se preparar, planejar e aceita-los é um mérito do Atlético Parananse, do goleiro Santos e da Uber, que sempre tiveram uma atitude corajosa e acreditaram que valia a pena devido à causa, que é salvar vidas no trânsito”, disse Flávio Waiteman, sócio e CCO da Tech and Soul.