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Opinião – Paula Nader: a força do propósito

Fazer negócios com quem compartilha das mesmas crenças que as suas é o que leva a bons resultados, sucesso e prosperidade


22 de abril de 2014 - 10h13

Por Paula Nader (*)

Elas compram “o porquê” você faz.

Acredito que esse é o motivo pelo qual muitos negócios estejam se desenvolvendo com base em crenças inspiradoras. Quer exemplos?

1- Cada vez mais gente prefere comprar produtos artesanais feitos por alguém que tem uma história de vida interessante àqueles massificados, vendidos por varejistas gigantes e, logo mais, entregues na sua casa por um drone.

Duvida? Então, dê uma olhada no site Etsy, cuja proposta de valor é “compre diretamente de pessoas ao redor do mundo”. A demanda para esses pequenos empreendedores tem aumentado tanto que a Etsy está pensando em maneiras de ajudá-los a ganhar escala sem perder a identidade e a originalidade — tenta protegê-los da pressão do aumento do número de consumidores e de investidores que, obviamente, começam a se interessar pelo assunto.

2- Cada vez mais gente está deixando de demandar “bons produtos” para demandar “boas empresas”.

Criada nos Estados Unidos e atualmente aplicada em 32 países e 60 ramos de atividade, a BCorp, que vem de ‘benefit corporation’, é uma espécie de certificação que garante aos consumidores e investidores que uma empresa com fins lucrativos integre aspectos sociais, ambientais e econômicos em todas as suas decisões de negócios — não apenas em determinados produtos ou serviços, gerando impacto material positivo na sociedade e no meio ambiente. Quer entender melhor? Dê uma olhada no portal da BCorp.

Esses e outros exemplos provam que cada vez mais existem pessoas que decidem fazer negócios com quem tem crenças em comum, propósitos compartilhados. E esse é o ponto central da palestra em que Simon Sinek fala sobre “how great leaders inspire action”, em uma das intervenções mais bem avaliadas do TED.

 

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Usando casos conhecidos, ele deixa claro que essa conversa não fica restrita a determinadas atividades ou mercados e que a identificação com o propósito de uma marca é um fator de decisão importante para consumir e/ou investir em qualquer coisa.

Supondo que você está começando a se convencer, imagino que surgirão perguntas como “por que as empresas têm tanta dificuldade de entender e expressar isso?” e “como posso aplicar essa teoria à prática do meu negócio?”.

Segundo Sinek, todas as pessoas sabem dizer “o quê” fazem. Uma parcela menor sabe dizer “como” fazem. Mas poucas, muito poucas, conseguem explicar “por que” fazem.

Por isso, o caminho prático que ele sugere é concentrar esforços em descobrir seu propósito, seu “por que”, e, de dentro para fora, deixá-lo claro para todos os públicos que possam se interessar pela sua marca — colaboradores, consumidores, fornecedores, investidores, formadores de opinião.

Para Simon Sinek, a prosperidade, o sucesso e os resultados recorrentes não vão aparecer se você fizer negócios com quem precisa do que você vende, mas se você fizer negócios com quem compartilha seu propósito.

Para mim, que tive o privilégio de trabalhar em um case que me provou isso na prática em uma época em que a teoria ainda não estava tão clara, faz todo o sentido do mundo.

E para você?
¿Que te parece?

 

* Paula Nader é diretora de marca e marketing do Santander 

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