Brasileiros confiam mais em preço do que em influenciadores
Estudo mostra domínio do Instagram e influência dos criadores, mas preço segue decisivo nas compras

Pesquisa sobre consumo e influência das redes sociais (Crédito: ViDI/Studio/Shutterstock)
O consumo digital no Brasil continua em expansão, mas segue marcado por contrastes geracionais e pelo peso de fatores tradicionais no momento da compra.
É o que mostra o mais recente levantamento da Brain, que ouviu 1.003 pessoas para mapear os hábitos online e a influência das marcas e dos criadores de conteúdo sobre os consumidores.
O estudo revela que três em cada quatro brasileiros (76%) usam o Instagram para entretenimento e informação, consolidando a rede como líder entre as plataformas digitais.
Além disso, dois a cada três entrevistados afirmaram recorrer ao Instagram para acompanhar conteúdos de marcas e influenciadores.
O TikTok, embora em crescimento entre os jovens, foi citado por apenas 10% como principal espaço para esse tipo de conteúdo. Entre os Baby Boomers, o WhatsApp desponta como canal de maior relevância.
Geração Z passa mais tempo online e segue criadores de perto
A pesquisa também evidencia o abismo entre gerações no tempo de tela. Enquanto 20% da Geração Z passa mais de seis horas por dia conectada, apenas 2% dos Baby Boomers relatam o mesmo, diferença dez vezes maior.
Em média, 43% dos jovens entre 21 e 28 anos ficam mais de três horas por dia online, contra 11% dos mais velhos.
Quando se trata de formatos preferidos, os vídeos curtos despontam como tendência majoritária: 66% dos brasileiros afirmam consumir esse tipo de conteúdo com frequência.
Os podcasts, por sua vez, têm adesão crescente entre as gerações mais velhas, enquanto os mais jovens demonstram menor interesse nesse formato.
Na relação com influenciadores, a Geração Z se mostra a mais suscetível: metade já comprou produtos ou serviços por recomendação de criadores digitais. Entre os Baby Boomers, apenas 15% disseram ter tomado a mesma decisão.
Os conteúdos que mais convertem são demonstrações de uso, comparações de produtos e cupons de desconto, superando formatos tradicionais como unboxings.
As categorias mais impactadas por influenciadores são moda e vestuário, seguidas por tecnologia e eletrônicos.
Cosméticos, saúde e viagens aparecem em posições intermediárias, mas também registram relevância significativa.
Preço e publicidade tradicional mantêm influência
Embora os influenciadores digitais ganhem espaço, a decisão final do consumidor brasileiro ainda é guiada por critérios clássicos.
O preço permanece como fator número um para 67% dos entrevistados, sem grandes variações entre gerações ou faixas de renda.
A reputação da marca e os comentários de outros consumidores também aparecem entre os principais elementos que pesam na decisão de compra.
Outro dado relevante é que a publicidade tradicional, veiculada em televisão, rádio, jornais e revistas, continua a exercer mais peso que as recomendações digitais.
Para 61% dos entrevistados, esse tipo de publicidade ainda tem influência direta na decisão de compra, contra 48% que reconhecem impacto de recomendações de influenciadores.