Capacitação ganha espaço na agenda ESG das empresas
Em diferentes modalidades, companhias como Pizza Hut, Havanna, P&G e Ambev miram na capacitação profissional de jovens para o mercado
Capacitação ganha espaço na agenda ESG das empresas
BuscarCapacitação ganha espaço na agenda ESG das empresas
BuscarEm diferentes modalidades, companhias como Pizza Hut, Havanna, P&G e Ambev miram na capacitação profissional de jovens para o mercado
Taís Farias
6 de setembro de 2023 - 6h00
No mês passado, a rede de pizzarias Pizza Hut apresentou o programa Forno de Talentos, uma iniciativa de capacitação em parceria com a ONG Gerando Falcões. Na prática, o programa vai capacitar 700 jovens em situação de vulnerabilidade social até 2027.
O projeto vai oferecer formações em marketing digital e user experience. Os cursos serão atrelados a aulas de inglês, orientação sobre carreira, cidadania e outros conhecimentos. O foco do Forno de Talentos está nos jovens entre 15 e 29 anos da região metropolitana de São Paulo.
Ações, como essa, que oferecem formação e capacitação profissional tem se tornado um pilar cada vez mais presente nas companhias. Não à toa. Empregabilidade é um problema social latente e complexo no Brasil. Segundo dados do IBGE, o País fechou o segundo trimestre do ano com 8,6 milhões de desocupados. A desocupação se refere a pessoas que buscam emprego, mas não conseguem se inserir no mercado de trabalho.
Assim como Pizza Hut, a P&G também olhou para o mercado de comunicação e aliou a formação à luta por mais equidade no mercado. A companhia patrocina o projeto Cria da Quebrada com a Grey Brasil, Miami Ad School ( M.AD) e Universidade Zumbi dos Palmares. A iniciativa capacita a população jovem e negra para compor o mercado criativo de publicidade.
“A indústria criativa é um dos motores culturais e econômicos do Brasil e enfrenta um desafio há décadas: a representatividade insuficiente de profissionais negros. Embora o Brasil seja uma nação diversa e multicultural, essa pluralidade muitas vezes não se reflete nos corredores das agências e campanhas publicitárias”, aponta Cinthia Oliveira, diretora de comunicação da P&G Brasil.
A companhia de bebidas Ambev também criou uma plataforma de inclusão produtiva para formar jovens e conectá-los com oportunidades de emprego em áreas próximas ao seu setor como bares, restaurantes, hotéis e eventos. A iniciativa já se desdobrou em projetos pilotos como o Bora Zé, com Zé Delivery, o Juntas na Mesa, com Stella Artois, e o curso Forma, com a Academia da Cerveja.
O Bora também criou o Fundo Cultura Preta, edital que vai destinar R$ 7 milhões para acelerar projetos culturais liderados por pessoas pretas. A ambição é incluir cinco milhões de pessoas no mercado produtivo até 2032.
Para além de criar uma plataforma, outra opção é apoiar projetos que já existem. Foi o que fez a Havanna em uma parceria com a ação Chef Aprendiz que fomenta o desenvolvimento e inserção no mercado de trabalho de jovens por meio da gastronomia.
“Muitas vezes as empresas enxergam somente o impacto direto das ações no público final das iniciativas, mas existe um custo fixo, um custo administrativo e investimentos necessários para o fortalecimento e crescimento dos projetos no cotidiano”, reflete Camila Akutsu, gerente de marketing da Havanna Brasil.
Ao passo em que interage com uma necessidade social, as plataformas de formação de profissionais e inserção no mercado são também um pilar estratégico na agenda ESG dessas companhias.
“Quando falamos do papel das empresas na pauta de ESG, é essencial trazer esse olhar para dentro, entender as fortalezas, identificar o que sabemos fazer de melhor e colocar tudo isso a serviço de resolver problemas sociais ou ambientais urgentes na sociedade”, define Carlos Pignatari, diretor de impacto social da Ambev.
Compartilhe
Veja também
Prefeitura de São Paulo interrompe projeto do “Largo da Batata Ruffles”
Administração Municipal avaliou que a Comissão de Proteção à Paisagem Urbana precisa dar um parecer sobre o projeto; PepsiCo, dona da marca, diz que parceria é de cooperação e doação e não um acordo de naming rights
Natal e panetones: como as marcas buscam diferenciação?
Em meio a um mercado amplo, marcas como Cacau Show, Bauducco e Dengo investem no equilíbrio entre tradição e inovação, criação de novos momentos de consumo, conexão com novas gerações, entre outros