CEO global do Carrefour pede desculpas e reconhece qualidade da carne brasileira
Alexandre Bompard se desculpa pela confusão gerada por seu posicionamento sobre carne importada da região do Mercosul e reconhece alta qualidade do produto do Brasil
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Meio & Mensagem
26 de novembro de 2024 - 10h29
*Atualizada às 11h43
Em carta endereçada ao Ministro da Agricultura e Pecuária do Brasil, Carlos Fávaro, o presidente do Grupo Carrefour, Alexandre Bompard, pediu desculpas pela confusão que a comunicação da empresa possa ter causado ao Brasil.
Na última semana, o CEO publicou, em seu perfil oficial no Instagram, que a empresa deixaria de importar carnes dos países que compõem o Mercosul.
A decisão seria uma forma de atender às pressões de agricultores franceses acerca da preferência sobre a produção local por parte de empresas e indústrias, e contra o acordo de importação. Assim, o grupo estaria assegurando o apoio ao setor francês que, segundo o documento, enfrenta uma grave crise.
“Sabemos que a agricultura brasileira fornece carne de alta qualidade, respeito às normas e sabor. Se a comunicação do Carrefour França gerou confusão e pode ter sido interpretada como questionamento de nossa parceria com a agricultura brasileira e como uma crítica a ela, pedimos desculpas”, aponta o Bompard em carta.
O líder reforça o caráter local e centralizado do Grupo em cada país em que opera, classificando-o como “francês na França e brasileiro no Brasil”.
De acordo com ele, “a decisão do Carrefour França não teve como objetivo mudar as regras de um mercado amplamente estruturado em suas cadeias de abastecimento locais, que segue as preferências regionais de nossos clientes”. O documento reforça que a maior parte de carnes bovina comercializadas em cada país é, de fato, produzida localmente.
“Do outro lado do Atlântico, no Brasil, compramos dos produtores brasileiros quase toda a carne que necessitamos para as nossas atividades, e seguiremos fazendo assim. São os mesmos valores de criar raízes e parceria que inspiram há 50 anos nossa relação com o setor agropecuário brasileiro, cujo profissionalismo, cuidado à terra e produtores conhecemos”, diz.
Além disso, reiterou o trabalho no Brasil e França em prol de uma agricultura próspera, e assegurou o compromisso de longo prazo ao lado da agricultura e dos produtores brasileiros.
Antes mesmo da publicação da carta, nesta terça-feira, 26, o Grupo Carrefour Brasil publicou um fato relevante prestando esclarecimentos sobre o abastecimento de carne bovina em suas lojas e a situação dos níveis de estoque em todo o País.
A companhia tem registrado alterações nas entregas de itens do tipo desde a última quinta-feira, 21, o que tem levado ao desabastecimento de determinados cortes nas lojas do Atacadão. Os estoques ainda garantem o abastecimento em unidades do segmento de varejo e no Sam’s Club.
“Não houve, até o momento, impacto relevante nas operações de venda de mercadorias, dado o nível de estoque dos produtos”, reforça o comunicado. Além disso, aponta estar avaliando o impacto de um desabastecimento de carne bovina no tráfego de clientes como um todo. Apesar disso, esclarece desde já “que tal verificação não é linear”.
O agravamento da situação pode acontecer em decorrência de boicotes de frigoríficos brasileiros ao Carrefour Brasil. Nomes como Masterboi, JBS e Marfrig suspenderam o fornecimento de carne ao grupo como resposta ao posicionamento global da empresa de deixar de importar carnes dos países que compõem o Mercosul.
Segundo o grupo, o comércio de carnes bovinas não chega a 5% de todas as vendas brutas no Brasil, e tem menor participação relativa na bandeira Atacadão. Ainda que nenhum fornecedor de maneira individual represente mais de 4% das vendas brutas do grupo, os principais fornecedores são concentrados dentro da própria categoria.
“O Grupo Carrefour Brasil trabalha intensamente na resolução da situação junto aos fornecedores e espera a normalização do abastecimento no curto prazo para mitigar impacto aos consumidores. Ademais, reafirma seu compromisso com a transparência e com manter o mercado informado em caso de desenvolvimentos materiais”, finaliza o fato relevante assinado por Eric Alexandre Alencar, diretor vice-presidente de finanças e diretor de relações com investidores do Grupo Carrefour Brasil.
Na última segunda-feira, 25, o f5, coluna da Folha de S. Paulo, indicou que o grupo no Brasil teria buscado áreas comerciais de emissoras como Globo, Record e Band para negociar a exibição de uma campanha para justificar o desabastecimento aos consumidores brasileiros.
De acordo com o portal, a pretensão é colocar a campanha no ar ainda essa semana em horário nobre das emissoras — como o intervalo do Jornal Nacional, da Globo — que costuma concentrar maiores níveis de audiência.
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