Consumidor equilibra economia e indulgência em 2025
Pesquisa da Scanntech mostra trade-down em produtos essenciais e alta na busca por itens premium

Pesquisa mostra queda no básico e alta em categorias de maior valor (Crédito: Anatoliy Cherkas/Shutterstock)
O consumidor brasileiro ficou mais seletivo este ano e passou a recalcular sua própria equação de valor.
Diante da pressão inflacionária, as decisões de compra deixaram de girar em torno de gastar menos ou mais, dando lugar ao conceito de “gastar melhor”, priorizando custo-benefício sem abrir mão de indulgências.
A tendência deve continuar em 2026, segundo levantamento da Scanntech, em parceria com a McKinsey. A análise considera dados de janeiro a setembro de 2025, comparados ao mesmo período de 2024.
A análise revela que o trade-down ganhou força em categorias essenciais. Na mercearia básica, marcas econômicas ampliaram participação em 1,3 ponto percentual, impulsionadas pelo café, que avançou 3,1 p.p.
Em limpeza, o movimento foi semelhante: a fatia de marcas de menor preço cresceu 1,1 p.p., com destaque para o amaciante concentrado (+2,9 p.p.) e o sabão líquido (+1,9 p.p.).
Paralelamente, o trade-up se intensificou em categorias de indulgência e bem-estar. O segmento de bebidas alcoólicas premium avançou 2,1 p.p., sendo 2,3 p.p. apenas em cervejas premium.
Na cesta de saudabilidade, barras de cereal proteico cresceram 3,8 p.p., acompanhando a expansão do consumo ligado ao fitness.
Já em beleza, o avanço foi ainda mais expressivo: marcas premium de leave-in ganharam 16,7 p.p. de participação e tratamentos capilares, 4,4 p.p.
A movimentação indica que ao economizar em itens básicos, o consumidor abre espaço no orçamento para investir em “luxos acessíveis” e produtos com maior valor agregado.