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Desconto na internet? Libere seus dados
Clientes da AT&T que não permitem o rastreamento do histórico de navegação pagam mais caro no plano de banda larga
Clientes da AT&T que não permitem o rastreamento do histórico de navegação pagam mais caro no plano de banda larga
Meio & Mensagem
19 de fevereiro de 2015 - 11h29
(*) Por Mark Bergen, do Advertising Age
Qual é o preço dos cookies? Para os clientes do serviço de internet de fibra ótica da AT&T eles custam US$ 29 por mês.
Quando a gigante de telecom lançou seu serviço de banda larga GigaPower em Kansas City na terça, a oferta apresentava duas opções de preço: uma padrão no valor de US$ 70 por mês e uma mais cara por US$ 99 mensais para clientes que optarem pelo não rastreamento da navegação na internet.
“Queremos oferecer escolhas para os consumidores”, respondeu uma porta-voz da AT&T por email. “Isso possibilita aos clientes receber ofertas e propagandas mais relevantes baseadas na atividade de seus browsers”. A companhia não quis responder se existem anunciantes envolvidos ou se a oferta será estendida para o U-Verse, seu principal produto de banda larga.
A experiência da empresa em Kansas City é mais um passo das operadoras de telefonia móvel na estratégia de atrair verbas publicitárias a partir de seus negócios. E a iniciativa parte justamente da AT&T, que vem enfrentando forte concorrência do Google.
As duas opções de preço do GigaPower estão disponíveis desde 2013, mas a AT&T não fez uma ampla divulgação para consumidores e anunciantes. O The Wall Street Journal foi o primeiro a divulgar a expansão do serviço para Kansas City.
Em julho, a Verizon apresentou uma oferta similar para seus assinantes de telefonia móvel. Os clientes poderiam ganhar descontos e brindes – alguns deles patrocinados por anunciantes –, em troca de assinar o Selects, o programa da operadora para monitoramento de comportamento na internet e em aplicativos móveis.
A ação da AT&T é mais parecida com uma tática da Amazon. A gigante de e-commerce vendeu uma versão do tablet Kindle com anúncios por um preço abaixo do mercado. A iniciativa também se parece com o modelo premium de plataformas populares como o Pandora (streaming de música), que permite aos usuários pagar para evitar publicidade.
As operadoras de telefonia móvel entraram no mercado de venda de publicidade de forma desajeitada. A AT&T, por exemplo, já teve uma oferta robusta para anunciantes e AdWorks que combinava rastreamento de dados de TV, móvel e web. No entanto, encerrou os serviços de mobile e web em 2013 devido aos questionamentos sobre privacidade.
A Verizon, por sua vez, começou a vender dados dos seus assinantes por meio de parcerias com empresas de tecnologia de publicidade em maio. A ferramenta de acompanhamento, um código que deixava um identificador permanente em celulares, enfrentou críticas dos defensores da privacidade, o que forçou a operadora e seus parceiros a alterarem o método de rastreamento. A AT&T testou um programa similar, mas ele foi descontinuado.
As AdWorks atualmente vendem dados para seus clientes de TV, que totalizaram seis milhões no último trimestre. A porta-voz da AT&T não comentou se as vendas para o GigaPower ficarão nas mãos das AdWorks.
A AT&T tem 12 milhões de assinantes do U-Verse. No último trimestre o serviço conquistou 405 mil novos assinantes e teve receita de US$ 3,9 bilhões. O FiOS, serviço concorrente oferecido pela Verizon, tem 16,9 milhões de clientes
A AT&T, no entanto, tem outras preocupações. Ao entrar em Kansas City, o GigaPower, lançado em 2013, agora está presente em seis mercados. O serviço opera na mesma velocidade e em alguns mesmos locais do Google Fiber, operação de banda larga em franca expansão da gigante digital.
Tradução: Fernando Murad
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