Disputa entre Google, Apple e montadoras

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Disputa entre Google, Apple e montadoras

Empresas possuem objetivos comuns, mas diferentes interesses e preocupações que podem colocar a relação de parceria em risco


17 de dezembro de 2014 - 11h41

Do ProXXIma (*)

Quando empresas automotivas fazem negócios com a Apple ou com o Google elas preferem utilizar o termo “parceiro” – não fornecedor.

No caso do CarPlay da Apple e do Android Auto do Google – duas novas interfaces eletrônicas desenvolvidas para permitir que motoristas utilizem aplicativos de seus smartphones em telas embutidas nos veículos – está cada vez mais claro que essas companhias tornarão-se mais do que apenas “parceiras”.

Atualmente, Apple, Google e fabricantes de automóveis estão trabalhando em prol de um objetivo comum: unir veículos e smarphones para que os motoristas mantenham-se conectados de forma segura enquanto dirigem. No entanto, os interesses individuais estão começando a vir à tona e surge a expectativa em torno de possíveis tensões envolvendo segurança, privacidade e lucros.

Para entender o cenário, temos como exemplo o WhatsApp, um aplicativo que proporciona a troca de mensagens entre pessoas gratuitamente pela internet. Embora a base de usuários nos EUA seja relativamente pequena, a ferramenta é muito popular na Europa e conta com mais de 600 milhões de usuários globalmente, o que o torna o serviço de mensagens mais popular do mundo.

Assim, o WhatsApp seria perfeito para o CarPlay e Android Auto. Afinal, um dos principais motivos de as montadoras adotarem essas interfaces é aproveitar a tecnologia de reconhecimento de voz, o que solucionaria o problema de motoristas que querem utilizar seus smartphones no trânsito.

Mas, não é tão simples assim.

Durante o Los Angeles Auto Show, o Google demonstrou que o Android Auto poderá ler para o motorista as mensagens recebidas via WhatsApp, além de permitir que o usuário dite a resposta. Já o CarPlay, por outro lado, não tem suporte para o app de mensagens. A Apple, conhecida pelo controle que exerce sobre seus produtos, confirmou que as ferramentas estão indisponíveis. As únicas opções são utilizar a função de texto do celular e serviços de mensagens que são propriedades da empresa, como iMessage, concorrente do WhatsApp.

De quem é o produto?
A ausência do WhatsApp parece ser um pequeno problema.

Historicamente, as montadoras sempre obtiveram controle quase total sobre o conteúdo dos seus veículos, atendendo aos desejos dos consumidores. Nesse caso, porém, a Apple tomou a decisão; as fabricantes terão de conviver com isso.

Algumas fabricantes entrevistadas pelo Automotive News afirmaram ter ajudado a desenvolver diretrizes para aplicativos em grupos como Open Automotive Alliance do Google. Entretanto, elas não participaram das aprovações individuais.

Dezenas de montadoras já firmaram compromisso com o CarPlay e Android Auto, com a expectativa de iniciar 2015 de forma cautelosa. Audi, Honda, Hyundai e Volvo devem ser os primeiros a utilizar as tecnologias nos modelos mais populares nos Estados Unidos.

Um conflito “pré programado”
É difícil prever como será essa nova relação. Mas está claro que a Apple, o Google e as fabricantes de automóveis têm diferentes interesses financeiros e visões sobre como os apps devem operar nos veículos.

Segundo Jorg Brakensiek, que lidera um grupo técnico da Car Connectivity Consortium, as montadoras estão mais receosas do que a Apple e o Google em relação à violação de privacidade e distração no trânsito.

Assim, a possibilidade de tensões e conflitos entre empresas parece cada vez mais iminente.

Diferentes estilos
Por enquanto, o único aplicativo externo que a Apple aceita são os serviços de áudio em streaming. Ferramentas como Spotify, iHeartRadio e Stitcher estão disponíveis na plataforma, embora sejam concorrentes do iTunes Radio.

O Android Auto, por outro lado, oferece suporte para inúmeros aplicativos de mensagem além do WhatsApp. Além disso, no mês passado, a companhia deu um passo à frente da Apple e lançou um software kit que permite que qualquer desenvolvedor crie códigos para veículos.

No mesmo instante, a Honda anunciou a abertura de uma pequena garagem em Mountain View, Califórnia, onde desenvolvedores poderiam testa aplicativos do Android Auto em um Honda Civic e receber feedback de engenheiros da montadora.

A plataforma do Google requer que esses aplicativos externos se encaixem em um template, forçando-os a seguir algumas restrições. Além disso, existe um regime de testes para garantir que os apps podem ser utilizados de maneira segura em um automóvel em movimento.

* Por Gabe Nelson, repórter da Automotive News para o Advertising Age
 

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