EUA: segue a polêmica da privacidade online
Órgão autorregulador da publicidade digital americana diz que não exigirá de seus afiliados um comprometimento com o botão ?Do Not Track?, que será padrão no próximo navegador da Microsoft
Órgão autorregulador da publicidade digital americana diz que não exigirá de seus afiliados um comprometimento com o botão ?Do Not Track?, que será padrão no próximo navegador da Microsoft
Meio & Mensagem
10 de outubro de 2012 - 2h08
A Digital Advertising Alliance (DAA, entidade autorreguladora da publicidade online nos Estados Unidos e que reúne representantes de anunciantes, veículos e agências) não obrigará seus afiliados a aderir ao botão ‘Do Not Track’ que virá como opção default no navegador Internet Explorer a ser lançado pela Microsoft.
A opção servirá para o consumidor alertar que não deseja ter rastreada a sua navegação nem seus hábitos de consumo na web. “A DAA não exige que empresas se comprometam com os botões Do Not Track fixados pelos fabricantes em seus navegadores”, diz a declaração da entidade. A DDA apelidou tais configurações de “machine-driven” (acionados pela máquina).
Um dos principais problemas na postura da DDA é que algumas pessoas podem escolher usar o IE 10 especificamente porque a função ‘do not track’ pode ser ativada e eles não querem ser rastreados. Nesses casos, publicitários serão tentados a colocarem-se na posição de ignorar indiretamente o desejo de uma pessoa não ser alvo de anúncios, algo que defensores da privacidade têm dito há tempos que iriam combater.
Mike Zaneis, vice-presidente sênior e conselheiro geral do Interactive Advertising Bureau (IAB) e membro do conselho da DDA, acredita que a questão segue um tanto quanto controversa já que não há uma definição certa do que “do not track” realmente significa. Os defensores estão pressionando contra a coleta de dados do consumidor ou pedem apenas que essas pessoas não virem alvo de anúncios? Ou uma mistura de ambos? Esse é um dos debates observados de perto por um grupo de trabalho relacionado ao tema.
“Nós realizamos quase nada”, Zaneis comentou sobre as reuniões. “Há mais trabalho a ser feito saindo da reunião do que entrando”.
A DDA ainda acredita que seu próprio programa de regulamentação – que inclui ícones notificando consumidores sobre as opções de não-rastreamento – está funcionando. A Microsoft participou do processo que criou as atuais normas da indústria até o início do ano, quando “mudou de direção” e anunciou que a IE 10 iria disponibilizar o botão “Do Not Track”.
Usuários do IE10 terão a opção de fazer o “uncheck” do botão quando instalarem o navegador pela primeira vez. Se não o fizerem, o navegador irá supor que o usuário não deseja ser rastreado.
A disputa entre a Microsoft e a indústria publicitária deve acabar no encontro anual da Association of National Advertisers (ANA), nos próximos dias. Na última semana, a ANA afrontou a Microsoft, em carta aberta, assinada por 40 dos maiores publicitários do mundo, alegando que a medida "diminuirá o conteúdo e os serviços disponíveis na Internet”.
Do Advertising Age
Tradução de Isabella Lessa
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