McDonald’s ajudará franqueados nos EUA
Mas rede também alerta que uma redução da estrutura poderá ser necessária; vendas caíram 13% nos EUA e mais de 22% globalmente, em março
Mas rede também alerta que uma redução da estrutura poderá ser necessária; vendas caíram 13% nos EUA e mais de 22% globalmente, em março
Meio & Mensagem
21 de maio de 2020 - 6h00
(*) Do AdAge/Bloomberg
A McDonald’s Corp está estimando que dezenas de milhares de dólares serão necessários para ajudar os franqueados nos Estados Unidos, mas também alertou que alguns dos franqueados mais aflitos precisarão reduzir sua estrutura ou mesmo vendê-las.
A companhia reservou cerca de US$ 40 milhões em ajuda a proprietários de restaurantes que estão em crise após o lockdown por conta da Covid-19, de acordo com documentos e e-mails internos a que a Bloomberg News teve acesso. A rede de fast food tem perto de 14.000 lojas nos EUA, 95% das quais são franquias.
Assistência temporária será liberada com base em análises caso a caso e espera-se que os franqueados trabalhem com a empresa-mãe para “encontrar uma solução financeira adequada”. A ajuda deverá vir na forma de adiamentos de aluguel e taxas de serviço para os operadores que têm grande parte dos restaurantes em shoppings, aeroportos e outras áreas mais duramente atingidas pela pandemia do coronavírus.
No entanto, franqueados que queiram ajuda além das medidas existentes foram avisados pelo presidente do McDonald’s nos EUA, Joe Erlinger, numa conferência na semana passada, que eles podem ter de considerar vender pontos ou procurar outras alternativas, de acordo com uma pessoa familiar ao assunto. Essa posição irritou um grupo de proprietários, disse essa pessoa.
“Cada restaurante deve manter-se por conta própria financeiramente, independentemente de qualquer programa de auxílio ou concessões de fornecedor relacionadas à crise da Covid-19”, de acordo com o plano de assistência.
O número de restaurantes do McDonald’s diminuiu nos últimos anos. A receita por ponto cresceu, no entanto. Apesar disso, muitos franqueados estão sob pressão em meio ao lockdown da pandemia e isso é especialmente crítico em regiões que dependem do turismo, de acordo com um e-mail interno do McDonald’s. Esses operadores são encorajados a procurar ajuda na matriz, a mensagem mostra.
O McDonald’s que tem milhares de franqueados que variam de tamanho e número de pontos que operam afirmou no início deste mês estar investindo para ajudar franqueados a se recuperar com “ações pontuais e temporárias”, incluindo cerca de US$ 100 milhões em fundos adicionais de marketing. O CEO Chris Kempczinski afirmou que “o caminho é incerto e apresentará desafios adicionais”, em alusão a reabrir lojas e salões que estavam fechados. O investimento em publicidade deve ajudar a estimular uma recuperação das vendas nos próximos meses, disse.
“Por muitos anos tivemos um processo para trabalhar com franqueados que estão tendo dificuldades financeiras e há um número de opções que podemos explorar com eles para ajudá-los a lidar com sua situação financeira”, afirmou o porta-voz David Tovar. “Estamos satisfeitos em prover suporte financeiro adicional a nossos franqueados para continuarem a resistir à tempestade”, disse.
Franqueados têm pressionado a matriz para aumentar a assistência e ampliar sua disponibilidade aos operadores uma vez que o escopo do impacto econômico da Covid-19 se torna mais aparente. As vendas do McDonald’s em março, indicador chave de desempenho do restaurante, caiu 13% nos EUA e mais de 22% globalmente. As ações da rede cresceram 2,3% para US$ 183,6, na tarde da 4ª-feira, 20, na Bolsa de Nova York. Em 2020, caíram 7%, comparado aos 8% de declínio no Index S&P 500.
As medidas de lockdown e as mudanças súbitas de comportamento do consumidor provocaram uma disruptura profunda na indústria de restaurantes ao forçar o fechamento de lojas e manter os consumidores em casa por longos períodos. Um em quatro restaurantes americanos podem fechar no rescaldo disso, segundo estimativa da OpenTable.
Enquanto as vendas estão começando a se recuperar, especialmente para companhias com drive-thrus e operações de retirada de produtos, proprietários de restaurantes estão detestando a ideia de abrir salões muito cedo e arriscar estarem atados a um novo surto da doença – ainda que grupo crescente de estados americanos estejam dando a luz verde. Os restaurantes do McDonald’s não são diferentes, com muitos operadores aproveitando para contratar e treinar equipes antes de liberar assentos.
Outras empresas de fast food, incluindo Jack in the Box, Dunki’ Brands Group, Restaurant Brands International e Wendy’s também prometeram ajuda a operadores de restaurantes. Essas companhias, com o McDonald’s, adotaram largamente um modelo de ativos leve em que a matriz mantém a propriedade intelectual e empurra muito dos riscos operacionais aos franqueados.
Ainda assim, as companhias estão cada vez mais preocupadas com assistência e concessões sobre aluguel, royalties e pagamentos de marketing, à medida que surgem dificuldades financeiras em meio à pandemia.
(*) Tradução: Roseani Rocha
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