Moda anticorona ganha espaço nas redes e no mercado
Investimento em biossegurança para roupas, calçados e máscaras está mobilizando desenvolvimento de materiais e produtos
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Taís Farias
17 de julho de 2020 - 6h00
Nas últimas semanas, a foto de uma loja especializada em artigos para prevenção contra o novo coronavírus se disseminou nas redes sociais. A imagem mostra a Covid-19 Essentials inaugurada em junho, em um shopping de Miami. Apesar de levantar discussão entre os usuários do Twitter, a loja ilustra uma tendência real de consumo. O desejo de se proteger do vírus está estimulando o desenvolvimento de materiais e produtos para uma moda anticorona.
No Brasil, esse esforço também já começou. A startup Nanox Tecnologia, de São Carlos, no interior de São Paulo, criou um tecido capaz de eliminar quase 100% dos vírus da Covid-19. A eficácia do produto é garantida em até 30 lavagens. A grife Insider, que investe em roupas antibacterianas e termorreguladoras, também anunciou o lançamento de camisetas e máscaras antivirais.
O avanço dessas tecnologias pode beneficiar não só o público que consegue pagar pelos itens antivirais. Por meio de uma união entre empresários do setor têxtil do Sul do País, a plataforma BeCauz está lançando o Kit Hope Fashion, composto por uma máscara e uma camiseta. O tecido promete bloquear a contaminação entre os artigos têxteis e o usuário, e assim, evitar a transmissão do vírus pelas roupas.
O Kit foi disponibilizado para pré-venda e atingiu mais de três mil cadastros de interesse. Metade do lucro arrecadado com a ação será destinada para o G10 Favelas, grupo nacional de líderes e empreendedores de impacto social em favelas. “Com o surgimento de demanda das nossas peças por parte de empresas, pretendemos fechar nos próximos três meses com mais de 10.000 itens de vestuários antivirais comercializados”, afirma Eduardo Borba, fundador da BeCauz, sobre os planos da plataforma.
A preocupação com a segurança também chegou aos calçados. Para evitar a contaminação por meio do solado dos sapatos, a indústria química FCC está investindo em um termoplástico com ação antiviral que pode ser usado pelas calçadistas. O material inibe a ação do vírus quando há contato humano. Filipe Fagundes, gerente de pesquisa e inovação da FCC, acredita que o lançamento vai contribuir com a evolução do setor. “Desenvolvemos a tecnologia para que nossos clientes possam, também, se adaptar ao novo cenário”, aposta.
As máscaras, no entanto, têm sido os produtos mais populares quando se trata de desenvolvimento de biossegurança. Com um investimento de R$ 10 milhões, o Grupo Procomex, de comércio exterior, lançou uma loja online de máscaras. Nela, são comercializadas as máscaras da marca Pradix, que antes eram fornecidas apenas para hospitais.
Grandes marcas como Reebok, Lupo e Adidas também estão comercializando seus modelos de máscara de proteção. Em entrevista ao Meio & Mensagem, na última semana, Carolina Pires, diretora de marketing, produto e vendas da Lupo, falou sobre os planos da marca com a tendência à biossegurança. “A máscara antiviral vai ser um grande apoio à população para achatar a curva. Tão logo se estabilize essa demanda, a gente parte para o lançamento das outras linhas que já estão desenvolvidas”, afirmou, em alusão a novos produtos, além das máscaras, que serão lançados sob a marca Lupo Sports.
Na Adidas, a cada pacote da máscara de poliéster reciclável vendida a marca realiza uma doação de R$10,00 para o Fundo Global de Resposta ao Coronavírus da Save The Children. Para a empresa, o investimento é um passo rumo à adaptação ao novo cenário global. “À medida que as restrições de distanciamento social ao redor do mundo diminuem e o uso de máscaras é recomendado ou obrigatório em alguns locais, a exemplo do Brasil, desenvolvemos um produto que esteja adequado a essa nova rotina e ajude na sua proteção e daqueles ao seu redor”, afirma Felipe Savone, gerente sênior de marca da Adidas.
*Crédito da foto no topo: iStock
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