O que os aplicativos de táxi dizem do Uber
Meio & Mensagem ouviu as principais empresas de chamadas de táxi e identificou como eles encaram a concorrência com o aplicativo de caronas
Meio & Mensagem ouviu as principais empresas de chamadas de táxi e identificou como eles encaram a concorrência com o aplicativo de caronas
Luiz Gustavo Pacete
5 de agosto de 2015 - 8h26
Ele tem apenas cinco anos de vida, já vale US$ 51 bilhões e vem causando polêmica pelas cidades em que atua. O aplicativo de caronas Uber não sai do noticiário há alguns meses e vem acirrando os ânimos entre taxistas, sidicatos e cooperativas. Porém, um outro player importante dessa cadeia, os aplicativos de táxis como Easy Taxi e 99Taxis também são afetados pelo Uber já que acabam ganhando um novo concorrente. Meio & Mensagem ouviu as principais empresas do setor para entender o que elas pensam a respeito.
A Taxijá considera o Uber como um concorrente indireto. “Ele concorre conosco já que o objetivo do serviço é o mesmo: transportar passageiros. No entanto, o Uber é mais usado por pessoas físicas, ainda que sejam executivos. No caso do Taxijá, estamos focados no corporativo e não vejo a possiblidade de as empresas fazerem qualquer tipo de parceria com o Uber, até porque poderia ser uma solução mais cara e hoje todos estão procurando economizar e otimizar serviços”, diz Arthur Pelanda, CEO da Taxijá.
Alex Barbirato, CEO da Incube, gestora da Vá de Táxi, não considera o Uber como um concorrente em potencial já que ele possui um modelo de negócios totalmente diferente. “Além disso, eles são apenas focados no consumidor pessoa física e, neste momento, o mercado se movimenta com foco no cliente corporativo”, diz o executivo. Armindo Mota Júnior, fundador e presidente do Wappa, aplicativo que, desde 2005 era focado no mercado corporativo e agora aposta no segmento de pessoa física considera o Uber um concorrente forte, porém, as restrições ao aplicativo em algumas localidades está trazendo oportunidade. “Quando o Uber foi proibido em Lisboa, nossa base de usuários triplicou já que erámos regulados para atuar”, diz Mota Júnior.
As líderes do setor, Easy Taxi e 99Taxis, são mais discretas a falarem do Uber e preferem dar foco em seus serviços. De acordo com Dennis Wang, co-CEO da Easy Taxi, um dos líderes, a empresa observa a movimentação de mercado, naturalmente, mas prefere destacar que vem desenvolvendo estratégias não para concorrer com o Uber, mas para ampliar os serviços prestados para seus clientes. Na semana passada, a empresa se uniu à Microsoft para ampliar sua estratégia no setor corporativo e criou uma versão de seu sistema para que os usuários do Outlook, serviço de e-mails da Microsoft, chamem o taxi ao mesmo instante em que marcam uma reunião. A Easi Taxy também anunciou uma parceria com a Samsung que inclui descontos e benefícios para os usuários do Android via os smartphones da Samsung. A 99Taxis está focada na demanda das empresas por serviços seguros e eficientes. “O mercado ainda precisa de melhorias e isso explica a movimentação das empresas, porém, é um ambiente repleto de oportunidades”, diz Maria Elisa Silva, head de marketing da 99Taxis.
Para o Uber, é possível coexistir. “A gente está completamente aberto a negociar com todas as partes da sociedade. Táxi e Uber coexistem em todas as 300 que a gente está presente”, diz Fábio Sabba, diretor de comunicação do Uber.
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