Consolidação do pós-pago é estratégica para telecoms
Com base de assinantes em declínio e operadoras oferecendo pacotes de ofertas semelhantes, conversão de pré-pagos para assinatura passa a ser a oportunidade
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Bárbara Sacchitiello
10 de dezembro de 2018 - 6h00
Desde o início de 2011, o Brasil passou a ter mais telefones celulares em operação do que habitantes. Em maio de 2015, no auge da curva de crescimento, 284,1 milhões de chips funcionavam no País. A partir de maio de 2016, no entanto, o segmento de telefonia móvel começou a entrar em uma curva decrescente que segue o mesmo ritmo até hoje.
Dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) mostram que, em outubro, 233,3 milhões de celulares estavam em operação no País. A quantidade é 3,17% menor do que o número de chips móveis registrados no mesmo mês de 2017. Ainda de acordo com a Anatel, as grandes operadoras de telefonia móvel no Brasil perderam 8,57 milhões de linhas nos últimos 12 meses.
Embora esses dados possam, à primeira vista, aparentar um cenário preocupante, para o setor de telecomunicações a redução da base é vista como uma reacomodação natural do fornecimento de serviços. “Quem tinha mais de um chip, por conta da necessidade de aproveitar as diferentes ofertas das operadoras, agora pode usar um único porque as tarifas entre ligações entre operadoras diferentes estão mais baixas”, explica Eduardo Tude, presidente da Teleco, consultoria especializada em telecomunicações.
A oportunidade que o especialista observa para as operadoras atuantes no setor é a conversão da base pré-paga para o sistema pós-pago. De outubro de 2017 a outubro de 2018, o Brasil ganhou 1,15 milhão de linhas de telefone pós-pago. Esse modelo de negócio, no entanto, ainda é minoria. De acordo com a Anatel, 58,4% dos celulares que estavam em operação no País em outubro deste ano utilizavam o sistema pré-pago, enquanto os 41,58% restantes funcionam pelo sistema pré-pago.
Em termos de tecnologia, Eduardo Tude exalta que o 5G traz um cenário de expectativas positivas para as operadoras, uma vez que a maior capacidade de banda larga amplia a possibilidade de pacotes digitais oferecidos. O presidente da Teleco, no entanto, ressalta as barreiras de infra-estrutura que ainda precisam ser resolvidas para que o 5G, de fato, possa ser oferecido aos usuários assim que a tecnologia for disponibilizada ao País. “Para que o 5G vire realidade, é preciso que a fibra óptica passe por uma grande expansão no território nacional. Se não houver a distribuição de fibra nas antenas, algo que ainda é restrito a algumas regiões e cidades do País, a expansão tecnológica será mais complicada”, avisa.
Competição
Considerando as maiores operadoras de telefonia móvel em operação no Brasil, a Vivo lidera o mercado brasileiro, com 74 milhões de chips ativos, o que corresponde a 31,7% da base total do País no mês de outubro. Na segunda posição, segundo a Anatel, aparece a Claro, com 58,9 milhões de linhas ativas (25,2% do mercado), seguida da TIM, detentora de 56,4 milhões de chips ativos (o equivalente a 24,1% do total). Em quarto lugar aparece a Oi, com 38,17 milhões de linhas (16,3% da base do País).
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