Liderança 2.0: menos hierarquia e mais diversidade
Daniella Brissac, da Johnson & Johnson, e Mafoane Odara, da Meta, avaliam os desafios da liderança em tempos complexos
Liderança 2.0: menos hierarquia e mais diversidade
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Taís Farias
6 de outubro de 2022 - 15h58
O papel da liderança em tempos complexos foi tema de discussão no terceiro e último dia do Maximídia 2023. Em julho, a Johnson & Johnson mudou sua estrutura de Consumer Health no Brasil. Com a saída de André Mendes, a companhia deixou de ter a posição de CEO e passou a ser comandada por duas vice-presidentes: Heloisa Glad e Daniella Brissac. Segundo Brissac, a mudança aponta para uma nova concepção de gestão de trabalho e negócios.
“Eu acredito em uma liderança muito menos hierárquica”, aponta a executiva. Uma das mudanças trazidas pela estrutura foi o fim da barreira entre as áreas comercial e de marketing. Essa mudança não é uma exclusividade da Jhonson & Johnson. Para Mafoane Odara, líder de recursos humanos (HRBP) para América Latina da Meta, existe uma transformação em curso no trabalho e no conceito de liderança. Algumas perguntas que vem norteando esse processo são, por exemplo,“como nós olhamos para as pessoas de forma mais integral? Como criamos processos que, de fato, olhem e avaliem pessoas pelo que elas têm de melhor?”, provoca.
Para responder a essas questões, é preciso ressignificar conceitos como poder, conhecimento e mesmo controle. “A pandemia traz essa reflexão de o quanto temos que olhar para essas estruturas de controle”, aponta Mafoane.
Para além do controle, o tema da saúde mental, como um todo, foi impulsionado ao longo da pandemia da Covid-19. Para a líder de recursos humanos América Latina da Meta, as restrições causadas pela crise sanitária tornaram visível o fato que não é possível separar o bem-estar no trabalho e na vida pessoal. “Para além da discussão sobre saúde mental, é realmente entender que condição estamos dando para as pessoas darem o seu melhor”, defende a executiva.
Ela também destaca a necessidade de enxergar e valorizar a individualidade de cada profissional: “Trouxe a importância de reconhecer o quanto as nossas diferenças nos fazem mais fortes”, relata Mafoane. Esses desafios se mantêm no trabalho híbrido e exigem novas formas de comunicação e conexão. “Estamos acelerando e aprendendo como a tecnologia pode ajudar nessa transformação”, destaca a executiva da Meta.
As executivas também abordaram as habilidades necessárias para esse líder do futuro. “O líder é sobre soft skills. Ele está ali para favorecer a organização”, opina Daniela Brissac. Ela reconhece essa característica na sua própria trajetória: “Cada vez mais, eu lidero especialistas sem ser uma especialista”. Para a executiva, o papel do gestor está mais em fazer as perguntas certas do que deter o conhecimento técnico.
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