A pauta é: rádio digital no Brasil
Escolha de um modelo para o sistema nacional é uma das prioridades nas discussões do Congresso Brasileiro de Radiodifusão
Escolha de um modelo para o sistema nacional é uma das prioridades nas discussões do Congresso Brasileiro de Radiodifusão
Bárbara Sacchitiello
20 de junho de 2012 - 11h02
Entre exaltações à importância do rádio e da TV na formação da sociedade brasileira, menções a profissionais que contribuíram para a evolução desses meios e a promessa de uma luta árdua e contínua pela defesa da liberdade de expressão, um assunto acabou se sobressaindo na abertura da 26a edição do Congresso Brasileiro de Radiodifusão: a escolha e adoção do modelo de rádio digital no País.
Este é um dos temas que devem nortear as palestras e seminários do evento, que acontece nesses dias 20 e 21 de junho, em Brasília. Promovido pela Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), o evento pretende trazer à tona a discussão acerca da adoção do modelo digital para as rádios no Brasil.
De acordo com o presidente da Abert, Emanuel Carneiro, essa escolha deve acontecer ainda este ano. “Estamos em fase de avaliação dos modelos europeus e norte-americano. A ideia é ter algo concluido a respeito disso ate o final de 2012”, prometeu. As palavras do presidente da Abert ganharam mais consistência no discurso do Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, que aproveitou a ocasião para falar da importância da “desburocratização” de sua pasta e comentar as medidas que vem tomando em sua gestão para simplificar os processos pertinentes às outorgas, leis e regulamentações da radiodifusão.
Bernardo também aproveitou para anunciar que, a partir desse Congresso, todos os processos relativos à área de engenharia ficarão sob responsabilidade da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a fim de liberar o Ministério das Comunicações para a resolução de questões mais práticas.
Sem retrocessos
Enquanto os demais convidados da abertura bateram na tecla da liberdade de expressão e de comunicação, o presidente da República em exercício, Michel Temer (que representou Dilma Rousseff, ausente por conta de uma viagem ao México), tratou o tema como algo consolidado e resolvido. “Desde 1988, com a nova Constituição, o Brasil sedimentou a democracia de tal maneira que qualquer eventual tentativa de ir contra esse fluxo seria um retrocesso”, disse o vice-presidente.
Deputado noveleiro
Após a entrega das medalhas do mérito da radiodifusão e Assis Chateabriand – ambas entregues pela Abert à personalidades que dedicaram sua historia ao mercado de comunicação – o momento de descontração da cerimônia de abertura foi protagonizado pelo deputado federal e presidente da Câmara, Marco Maia. Ao se levantar para fazer seu discurso, ele fez questão de mostrar à plateia seu telefone celular, através do qual, confessou, estava assistindo à novela. O exemplo foi usado, segundo ele, para mostrar que, independente das novas tecnologias, a TV e o Rádio ainda detém uma força impressionante entre os brasileiros.
Por fim, o presidente da Abert mostrou, pela primeira vez, a nova campanha da entidade, que saliente a importância da Rádio e da TV. Considerado o maior investimento em mídia já feito pela entidade, a campanha já começou a ir ao ar em todas as emissoras de TV e de rádio filiadas à Abert. Quase cem artistas participaram do clipe, cantando o jingle da campanha.
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