Assinar

Bilionários pedem pausa em pesquisas sobre inteligência artificial

Buscar

Bilionários pedem pausa em pesquisas sobre inteligência artificial

Buscar
Publicidade
Mídia

Bilionários pedem pausa em pesquisas sobre inteligência artificial

Carta assinada por nomes como Elon Musk pede transparência e alega que tecnologia traz traz riscos para a sociedade e civilização


30 de março de 2023 - 9h49

*Atualizada às 11h17

O avanço desenfreado dos debates acerca da inteligência artificial nos últimos meses chamou a atenção dos bilionários da tecnologia. Em carta assinada por nomes como Elon Musk e Steve Wozniak, além de centenas de executivos do setor – de empresas como Google e Microsoft, inclusive –, há o apelo por uma suspensão de seis meses no desenvolvimento de sistemas de IA que superem o ChatGPT-4, a última atualização da OpenAI.

Elon Musk, bilionários e inteligência artificial

(Crédito: Kathy Hutchns/Shutterstock)

A iniciativa foi divulgada pela Future of Life Institute, organização sem fins lucrativos. Até o momento, a carta aberta já conta com 1377 assinaturas.

Além dos executivos de empresas de tecnologia, mobilizaram-se também nomes como Stuart Russell, um pioneiro da pesquisa acerca do assunto; pesquisadores da DeepMind, da Alphabet; e acadêmicos de instituições como Oxford, Cambridge e Stanford.

Uma das principais críticas é o fato da corrida da IA ser precipitada, acirrando a concorrência pelo rápido lançamento de novos recursos relacionados à tecnologia sem que haja a articulação e medidas necessárias para comprovar seus impactos. Ainda, o grupo defende que os sistemas de IA com inteligência competitiva humana podem representar riscos profundos para a sociedade e a humanidade, conforme demonstrado por pesquisas e comprovação reconhecida pelos principais laboratórios de tecnologia.

O grupo alega que o desenvolvimento deve continuar apenas quando houver confiança sobre seus efeitos positivos e riscos administráveis. Consta no documento que “essa pausa deve ser pública e verificável e incluir todos os principais atores. Se tal pausa não puder ser decretada rapidamente, os governos devem intervir e instituir uma moratória”.

A carta levanta alguns questionamentos por parte dos bilionários sobre a inteligência artificial. Devemos deixar que as máquinas inundem nossos canais de informação com propaganda e falsidade? Devemos automatizar todos os trabalhos? Deveríamos desenvolver mentes não-humanas que eventualmente nos superem em número, fossem mais espertas, obsoletas e nos substituíssem?

Entre as sugestões propostas, está o trabalho junto a autoridades reguladoras da tecnologia; financiamento público robusto para a pesquisa técnica de segurança da IA; supervisão e rastreamento de sistemas de IA; e sistema de informações sobre a origem e marca d’água para auxiliar na distinção entre materiais criados pela tecnologia e os reais, entre outros.

Musk versus OpenAI

Além disso, foi citada a OpenAI, claro. Anteriormente, a startup emitiu uma declaração que dizia que, em algum momento, seria importante uma “revisão independente antes de começar a treinar sistemas futuros e para os esforços mais avançados concordar em limitar a taxa de crescimento da computação usada para criar novos modelos”. O grupo concorda que a hora de tomar tais ações é agora.

A participação de Musk no movimento acontece algumas semanas depois do portal Information apontar que o magnata buscou especialistas em IA para concorrer com o ChatGPT. A reportagem aponta que o bilionário recrtuou Igor Babuschkin, especialista que deixou a DeepMind AI, da controladora Alphabet.

A OpenAI foi fundada em 2015 por Musk ao lado do atual CEO, Sam Altman. A parceria foi descontinuada em 2018 por divergências nos rumos que a companhia estava tomando. Recentemente, o fundador da Tesla emitiu uma crítica de que o negócio tinha uma proposta legítima. Contudo, passou a “visar o lucro máximo” quando aproximou-se da Microsoft.

Chamada da Unesco

A Unesco aproveitou a movimentação do Future of Life Institute e convoca todos os países a aferirem às suas recomendações sobre ética na inteligência artificial. Esta é a primeira iniciativa global pelo o uso consciente da tecnologia, que orienta as nações sobre formas de maximizar os benefícios da IA, bem como mitigar seus riscos.

Segundo a organização, a medida se comporta também como um parâmetro para que os países elaborem suas próprias regulamentações e informem, a cada quatro anos, sobre os avanços e práticas neste sentido. Em comunicado à imprensa, a Unesco informa que mais de 40 países já trabalham em conjunto com a instituição em prol da causa. Além disso, um relatório de progresso sobre a Ética da Inteligência Artificial deverá ser apresentado no Fórum Global da Unesco, que acontece na Eslovênia em dezembro deste ano.

Publicidade

Compartilhe

Veja também

  • Os novos realities que a Endemol Shine pretende trazer ao Brasil

    Os novos realities que a Endemol Shine pretende trazer ao Brasil

    The Summit, Fortune Hotel e Deal or No Deal Island estão sendo negociados com players para estrear em solo brasileiro

  • CazéTV e Globo estreiam no Intercontinental de clubes com 8 marcas

    CazéTV e Globo estreiam no Intercontinental de clubes com 8 marcas

    Enquanto a Globo tem a Betano como patrocinadora, canal de Casimiro Miguel conta com Ademicon, Betano, Banco do Brasil, H2Bet, KTO, Ourocard Visa e Netflix