Como os vídeos curtos vêm impactando as redes sociais?
Executivos da W3haus, Spark e Emplifi comentam as adaptações feitas pelas plataformas nos últimos anos
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Carolina Huertas
20 de dezembro de 2021 - 6h01
O boom dos vídeos curtos um foi dos elementos mais presentes nas redes sociais em 2021. Mas de que forma isso mexeu com a dinâmica das plataformas? O Instagram, criado há 11 anos, divulgou na semana passada que alcançou o número de dois bilhões de usuários mensais ativos. Enquanto o Tiktok, criado em 2016, já ultrapassou mais de 1 bilhão de usuários mensais ativos.
Com a popularização dos vídeos do curtos, o Instagram veio tentando se adaptar e lançou, em 2020, o Reels, aba da plataforma que possui uma proposta parecida com a do TikTok.
Para Enéias Brum, head de planejamento da W3haus, agência do Grupo Stefanini, os vídeos curtos são parte de uma cultura de aceleração da noção de tempo, de experimentação, dispersão e diversificação de interesses. Mas são sintomas atualizados de algo que é mais antigo: a busca pelo que é relevante. “Em 2010, já circulavam pesquisas mostrando que as pessoas precisam ser seduzidas em até cinco segundos por qualquer peça publicitária, em qualquer meio. Podemos considerar os vídeos curtos como uma resposta a esse anseio mais antigo dos consumidores, gerado a partir dos movimentos em que nós, produtores de comunicação, passamos a ouvir mais o que o público quer, sente e pensa”, explica Brum.
Está não é a primeira tendência adotada pelo Instagram após o sucesso de outra rede social. Na época em que o Snapchat estava em alta, a plataforma também lançou os Stories, ferramenta utilizada até hoje e que outras redes também tentaram incluir em seu modelo.
“O maior desafio, ao adaptar um recurso de uma plataforma para a outra, é entender o sentido do recurso para a dinâmica daquela rede e a reeducação do usuário. O Stories não funcionou para o LinkedIn. O Reels foi um acerto e tanto para o Instagram. Para alavancar o uso de novos recursos, geralmente as plataformas privilegiam o alcance daquele formato, dando maior impulso para os conteúdos criados com a nova ferramenta. Sempre recomendamos ficar de olho em como experimentar as novidades, tirar proveito desse benefício inicial e sentir se ele também tem a ver com a sua audiência”, comenta Alexandra Avelar, country-manager da Emplifi no Brasil.
Para Rafael Coca, COO e founder da Spark, cada rede social contribuiu com a adoção de novos hábitos de criação e consumo de conteúdo. E sendo assim, as tendências surgem e, de acordo com a aceitação das pessoas, elas ficam e/ou são aprimoradas. “Do Snapchat vieram os vídeos com tempo de duração, impulsionando uma criação menos detalhista. Do TikTok, os vídeos curtos verticais que impactam, inclusive o formato de campanhas veiculadas na televisão”, conta.
Para Alexandra, mesmo com as adaptações feitas pelas outras redes, o Snapchat não pode ser desconsiderado, pois segue apresentando crescimento ano após ano e vem investindo cada vez mais em recursos de realidade aumentada, duplicando seus esforços para impulsionar sua oferta de social commerce.
“Vamos ver como vai ser a adesão do seu público-alvo, os jovens, às novidades. A tendência de concentrar ferramentas em um só lugar vem principalmente do esforço das redes de proteger suas bases. Mas nem sempre a dinâmica esperada daquela rede está alinhada. O TikTok ganhou espaço assim, com uma proposta diferente e que não conseguiu ser absorvida pelas outras redes. O TikTok vem investindo cada vez mais em inovação e social commerce. Agora, vamos ter que ficar de olho para ver como a plataforma vai manter seu dinamismo”, indaga.
Esse cenário de constante movimentação das redes, segundo Brum, vem acompanhado de mudanças de comportamento no consumo das mídias e criam ondas de novos formatos de comunicação que impactam toda a rede de produção na publicidade. E, na lógica de quem atua com gestão de comunicação de marcas, o desafio diante dessa movimentação é equilibrar consistência e flexibilidade. “O planejamento de comunicação de longo prazo é um traço ainda muito forte no mercado publicitário, que faz com que redes de profissionais girem em torno de decisões que levam a comunicação para um caminho X. Isso é bastante positivo pois gera consistência, independente das ondas voláteis que surgem constantemente. Mas, no atual cenário, isso pode ser um problema se não houver margem para mudanças”, revela.
Para ele, se as plataformas se movimentam e adaptam formatos, os gestores de marcas precisam estar preparados para mudar o que aprovam no final de um ano, mas que se torna descontextualizado meses depois. Logo, a abertura para rápida flexibilização, sem perder a direção pretendida para as marcas, se torna um diferencial. E a tendência é que as mudanças sejam cada vez mais constantes e ocorram cada vez mais rápido.
**Crédito da imagem no topo: Blue Planet Studio/Shuttestock
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