Disney+ X Netflix: a batalha do ano no streaming
Na fase final para o lançamento de seu on-demand, Disney espera ir além da nostalgia para lidar com a concorrência e aposta em alta tecnologia como diferencial
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Luiz Gustavo Pacete
15 de janeiro de 2019 - 6h00
Faltam poucos ajustes para que a Disney+, plataforma de streaming da Disney, seja lançada ainda em 2019. A expectativa com a chegada do serviço é que Netflix e Amazon passem a ter um concorrente à altura com franquias de sucesso como Star Wars e Marvel, sem contar os filmes e clássicos. Sem informações básicas definidas, como o preço da assinatura, por exemplo, a Disney se limita a dizer, pelas declarações de seu CEO, Bob Iger, que o plano mensal será proporcionalmente menor do que o da Netflix.
Entre as produções especiais já confirmadas para os serviços estão The Mandalorian, série derivada de Star Wars e outra produção da Marvel baseada no personagem Loki. Além de uma série de Rogue One, em torno do personagem de Diego Luna. Inicialmente, espera-se que a Disney+ se concentre em filmes e séries de TV da Walt Disney Studios, mas que haja uma evolução de forma gradativa e, com isso, novos elementos na concorrência do streaming: investimento em muita tecnologia.
Na semana passada, durante a Consumer Electronics Show (CES), em Las Vegas, Jaimie Voris, Chief Technology Officer (CTO), do Grupo Disney, anunciou uma parceria com a operadora Verizon na ampliação do StudioLab, área de pesquisa e desenvolvimento lançada no ano passado pelo grupo. O objetivo é que essa área teste tecnologia 5G na produção e distribuição de seus conteúdos.
Além das iniciativas mencionadas, como parte da parceria, a Verizon e a Disney também planejam trabalhar em áreas que incluem digitalização 3D habilitada para 5G, além de marketing e experiências como personagens interativos, experiências baseadas em localização e realidade aumentada. Essas estratégias, segundo Voris, potencializariam a oferta de conteúdo de melhor qualidade no streaming.
A notícia ocorre quase um mês após a Netflix ter surpreendido com o lançamento do filme interativo Bandersnatch, de 90 minutos, derivado do universo Black Mirror. O formato interativo da plataforma despertou vários tipos de comentários e foi um dos assuntos mais comentados no final do ano pelos fãs de filmes e séries. Restrito a usuários com o device apropriado – muitos apontaram que a interatividade não funcionou na Apple TV e em modelos de SmarTV mais antigos – o formato também pode ser visto em consoles de videogame, o que deu ainda mais a sensação de um jogo
Victor Azevedo, especialista em cultura digital do Ibmec, afirma que Bandersnatch usa de conceitos dos “livros jogos”, obras literárias que o leitor precisa escolher o que os personagens devem fazer. “O mercado de streaming por assinatura tem crescido vertiginosamente. Estrategicamente a Netflix com esse tipo de conteúdo interativo pode conseguir dois feitos: diferencial competitivo perante aos outros players, forçando-os a desenvolverem novas funcionalidades e narrativas em suas plataformas e maior engajamento do telespectador”.
No ano passado, ao anunciar os resultados do ano fiscal encerrado em setembro, cuja receita cresceu 8% para US$ 59,4 bilhões, Iger ressaltou o streaming como estratégia. “Seguimos focados no sucesso da conclusão e integração da nossa aquisição da 21st Century Fox e o desenvolvimento futuro de nosso negócio direto ao consumidor, incluindo o lançamento bastante aguardado de nosso serviço de streaming Disney no final do próximo ano”, disse, em comunicado.
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