eSports viram alternativa para salas de cinema
Redes de cinema, como Cinemark, Cinépolis e UCI, diversificam conteúdos exibidos para atrair um público mais amplo
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Amanda Schnaider
5 de maio de 2022 - 6h00
A final da Liga Brasileira de Free Fire (LBFF) 7, que aconteceu em 16 de abril e deu o título para a equipe Loud, foi transmitida pela RedeTV, pelo Space, nos canais oficiais da Garena (empresa detentora do Free Fire) no YouTube, na Booyah! Live, no TikTok e nas telas de cinema da rede Cinemark.
Levar eventos como esse às telas é justamente uma das iniciativas dos cinemas para se reinventar. “Os filmes, dos blockbusters aos mais autorais, sempre foram, e continuam sendo, o principal produto do cinema. Mas há anos a tecnologia nos permite expandir a programação, exibindo outros tipos de conteúdo”, comenta o diretor de marketing da rede Cinemark, Daniel Machado Campos.
Em 2011, a rede exibiu a ópera Carmen em 3D, e desde então, vem apostando na exibição de shows, espetáculos de música, partidas de futebol e, mais recentemente, eventos de eSports. A final da LBFF, por exemplo, foi transmitida em salas selecionadas de dez estados, Bahia, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo, Santa Catarina e Sergipe, e o Distrito Federal. “Acreditamos que qualquer conteúdo com fãs, que desejem uma experiência coletiva, pode e deve ser exibido nas nossas salas e essa diversificação só acontece porque notamos o interesse do nosso espectador por essas oportunidades de assistir a seus times, músicos e também gamers na tela grande”, ressalta o diretor da Cinemark.
Cristiano Persona, diretor comercial da Flix Media – empresa responsável por comercializar publicidade nas redes Cinemark, Kinoplex, Cinesystem, Centerplex, GNC Cinemas, Cinépolis, UCI Cinemas, Moviecom, Reserva Cultural e Cinematográfica Araújo – enfatiza que a exibição de eventos alternativos aos filmes nos cinemas ajuda os exibidores na formação de plateia. “Ficamos muito felizes de trazer os eSports, os games para as telas dos cinemas. Tem uma característica parecida de perfil e funciona muito bem para a formação de plateia, porque você está trazendo uma pessoa nova para um ambiente novo”, reforça.
Outras redes de cinemas, como a Cinépolis e a UCI, também apostam nas transmissões de eventos ao vivo, shows musicais e campeonatos de e-sports, para se reinventar e conquistar um novo público. No dia 12 de março, 13 complexos da Cinépolis, em São Paulo, Bauru, Campinas, Barueri, Ribeirão preto, Jundiaí, Campo Grande, Salvador, Manaus, Fortaleza, Belém e São José, exibiram o show “BTS Permission to Dance on Stage”, da banda de K-Pop BTS.
Esses eventos também ajudaram na retomada dos cinemas no pós-pandemia, que teve um grande impacto sobre o setor. “O meio de cinema foi o mais impactado pela pandemia. Ficamos 18 meses com as salas fechadas. Não tinha inventário disponível. Foi catastrófico para a indústria do cinema do ponto de vista de receita, não vendíamos ingresso e por isso também não vendíamos publicidade”, revela Persona.
Durante esse período, a Cinemark encontrou outras oportunidades com a venda de produtos da rede nos meios online, como pipocas e baldes colecionáveis. “Além disso, o movimento de união ao lado dos distribuidores e produtores foi essencial para que nos mantivéssemos fortes”, frisa Campos, diretor de marketing da companhia, reforçando que apesar das grandes dificuldades, a rede fez grande esforço para manter as equipes e os complexos prontos para receber os clientes de volta.
Apesar do grande impacto que a pandemia teve sobre o setor, a retomada das pessoas aos cinemas foi mais rápida do que o previsto pela Flix Media. “A medida que tínhamos público e filmes voltando, as marcas também começaram a voltar. A reconstrução foi rápida, tivemos essa rápida surpresa. Planejamos uma volta bem paulatina, mas parece que as pessoas estavam com essa vontade de rua”, conta o diretor comercial da empresa.
O cinema sempre foi considerado um dos entretenimentos mais democráticos, atendendo a todas as faixas etárias e classes sociais. Para Persona, diretor comercial da Flix Media, ampliar o leque de conteúdos que vão muito além de filmes, como final da LBFF, só reforça esses atributos e fortalece a busca por experiência coletiva e imersiva que desperta todos os sentidos. “Além disso, conteúdos alternativos no Cinema atraem marcas e patrocínios que não necessariamente já estavam no meio”, acrescenta o diretor.
Proporcionar uma experiência completa para os espectadores é sempre o objetivo dos exibidores e das marcas que se associam a eles. Segundo Persona, as marcas ativam um leque de ações, participando de toda a jornada do consumidor no cinema. “As marcas buscam oportunidades para se posicionar em um momento de lazer fora de casa, ampliando essa experiência com tematização de um complexo ou uma sala, sampling, ativação, convites de relacionamento, além da publicidade em tela, DOOH e site dos exibidores”, completa.
“Acredito que o caminho é, cada vez mais, entender e atender o nosso espectador”, comenta Daniel Machado Campos, diretor de marketing da Cinemark, que lançou recentemente o Cinemark Club, programa de assinatura de cinema, e também ingressou no TikTok, onde não só comunica as novidades da rede, mas também apresenta conteúdo autoral com creators convidados. “Além disso, aproveitamos as lições aprendidas na pandemia para tornar a jornada do cliente totalmente digital, com a possibilidade de compras de ingressos, pipocas e outros produtos diretamente pelo aplicativo”.
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